Música

Orquestra Pizindim comemora dia do choro com show no Sesc nesta terça

Composta por 13 músicos brasilienses, a banda é a primeira orquestra dedicada exclusivamente ao choro e ao samba em Brasília, sem nenhum patrocínio

Os 13 integrantes da Orquestra Pizindim: celebração no Sesc da 913 Sul -  (crédito: Fernando Meira)
Os 13 integrantes da Orquestra Pizindim: celebração no Sesc da 913 Sul - (crédito: Fernando Meira)

A Orquestra Pizindim comemora nesta terça-feira (23/4) o primeiro aniversário do grupo musical e o Dia nacional do choro com um show imperdível. A partir das 20h, o Sesc Garagem será palco para composições autorais da Orquestra e releituras de clássicos da música brasileira, com um repertório de sambas, choros e maxixes, que terá participação especial dos cantores Ana Reis e Breno Alves.

Composta por 13 músicos brasilienses, a banda é a primeira orquestra dedicada exclusivamente ao choro e ao samba em Brasília, sem nenhum patrocínio. Fernando César toca o violão de 7 cordas no grupo e percebe o choro como a raiz da música popular brasileira, tocada desde o século 19. "Para as pessoas mais velhas que viveram essa época, acho que traz uma nostalgia, uma saudade boa. E, para os mais novos, traz a novidade, a curiosidade em ouvir esse som", pontua.

"O choro é muito confundido como música de elite. É uma avaliação bem equivocada, porque é uma música popular que tem na sua formação a negritude do povo brasileiro. Esse trabalho de resistência ao tocar o choro é fundamental para o povo reconhecê-lo como sua música raiz, origem da música popular nacional. É um gênero, como todos os outros, que continua em evolução, não está parado no tempo", ressalta Fernando.

O show irá homenagear o ícone da música brasileira Pixinguinha. O diretor musical do grupo, Bruno Patrício, fez um arranjo para Carinhoso (Pixinguinha e Braguinha), sendo um dos momentos mais surpreendentes do show quando o público é convidado a cantar o clássico acompanhado pela Orquestra. "Ele é muito conhecido como flautista, saxofonista e compositor, mas esse lado de arranjador, tão genial quanto todas as outras coisas que ele fez, é pouco conhecido. Vamos mostrar ao público esse lado do Pixinguinha", diz Bruno.

A única adaptação feita pelo diretor na interpretação foi inserir o saxofone tenor nas composições, o seu instrumento, mas sem alterar o arranjo. "A ideia é ser fiel a esses arranjos geniais do Pixinguinha e trazer de volta essa formação quase extinta de orquestra de choro. Dessa forma, o público experimenta uma verdadeira imersão na música produzida no Brasil nos anos 1950" completa.

Além da apresentação musical, haverá uma exposição sobre a trajetória de Pixinguinha, com cerca de 30 fotografias. A ideia do grupo é que o visitante veja como era o choro no início do século 20, quem foram os personagens fundamentais para construção dessa música, e a importância do saxofonista para ela.

A Orquestra pretende transmitir para o público o quão bela é a música genuinamente brasileira. Bruno enfatiza que o choro é considerado a primeira música urbana criada no Brasil, servindo de alicerce para toda a musicalidade brasileira. "É uma fonte de conexão com as nossas raízes e reflete toda a diversidade e a riqueza da nossa cultura."

*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco


Serviço

Choro 61 - Orquestra Pizindim

Nesta terça-feira (23/4), às 20h, no Teatro Sesc Garagem (913 Sul). Ingressos por R$40 (inteira) e R$20 (meia) pela plataforma Sympla.

 


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postado em 23/04/2024 10:28 / atualizado em 23/04/2024 10:33
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