
Entre as luzes da televisão, a magia do cinema e a energia pulsante dos palcos, Felipe Hintze constrói uma carreira tão diversa quanto autêntica. O ator de 31 anos, que recentemente cativou o público como o divertido Renzo em Família é tudo, prepara-se agora para um momento ímpar em sua trajetória, transitando com maestria entre projetos ambiciosos no streaming, no cinema e no teatro.
No universo do Disney+, Hintze se junta ao elenco estelar de Jogo cruzado, série que promete misturar drama esportivo e comédia ácida sob a direção do talentoso Pedro Amorim. "É uma daquelas oportunidades que unem trabalho sério com diversão genuína", revela o ator sobre sua experiência nas gravações. Seu personagem, um segurança com um humor peculiar e lealdade inabalável ao protagonista vivido por José Loreto, mostra novas facetas do talento do ator. "O Pedro tem um olhar único para a comédia. Muitas cenas pareciam improvisadas, mas na verdade eram minuciosamente construídas", explica Hintze sobre o processo criativo. A série, que estreia em 9 de julho, promete revelar ao público um lado mais despojado do ator, habituado a personagens dramáticos em produções como Verdades secretas e Supermax Internacional.
Paralelamente, o cinema reserva a Hintze uma experiência internacional com Consequências paralelas, filme de ficção científica que vem percorrendo festivais ao redor do mundo. "Ver nosso trabalho sendo recebido com tanto carinho em Barcelona, Boston e Porto Alegre é realizador", comenta o ator sobre a produção que desafia convenções sobre viagem no tempo. O longa, que conta com um elenco talentoso incluindo Camila Morgado e João Fenerich, representa um marco na carreira de Hintze: "O cinema sempre foi minha paixão, e ter um protagonismo em uma produção tão original é um sonho realizado".
Um beijo do gordo
Mas é no teatro que o desafio mais pessoal aguarda o ator, natural de Campinas (SP). No segundo semestre, Hintze embarcará na complexa missão de interpretar ninguém menos que Jô Soares, um dos maiores ícones da cultura brasileira. "É assustador e fascinante ao mesmo tempo", admite o ator sobre o projeto que está em desenvolvimento. "Jô era um gênio completo - entrevistador, escritor, músico, comediante. Capturar essa essência vai além da imitação; é preciso entender seu ritmo único, sua inteligência afiada". O processo de preparação tem sido intenso, com Hintze mergulhando em arquivos de entrevistas, livros e esquetes do artista. "Queremos mostrar o Jô além do late-night, o artista plural que revolucionou nossa cultura", explica sobre a abordagem que está sendo desenvolvida para o espetáculo.
Sem estereótipos
Entre esses projetos tão distintos, um fio condutor se revela na trajetória de Hintze: a busca constante por desafiar estereótipos e expandir as possibilidades para atores gordos na indústria do entretenimento. "Cada personagem é uma batalha vencida contra o preconceito", reflete. "Seja no humor de 'Jogo cruzado', na complexidade de 'Consequências paralelas' ou na grandiosidade de Jô Soares, quero provar que atores como eu podem — e devem — ocupar todos os espaços".
Com uma agenda que mescla produções populares e projetos autorais, Hintze demonstra que sua versatilidade é seu maior trunfo. "Acredito na arte como instrumento de transformação", afirma. "Quando vejo o público rindo, refletindo ou se emocionando com meus trabalhos, sinto que estou no caminho certo". E esse caminho, repleto de desafios e conquistas, parece estar apenas começando para o ator que não para de surpreender.
Confira a entrevista:
Entrevista | Felipe Hintze
Como você avalia sua trajetória no audiovisual e no teatro nos últimos anos? Quais são os principais desafios e satisfações que você tem enfrentado?
Tenho muito orgulho e respeito pela minha trajetória. Tenho conquistado trabalhos bem significativos e gosto de como navego por vários gêneros diferentes, projetos mais densos como Verdades Secretas e Supermax Internacional e projetos mais leves como minhas últimas novelas Quanto mais vida, melhor! e Família é tudo. Tenho me dedicado bastante ao cinema também com meus filmes Rodeio Rock, na Netflix e Consequências paralelas rodando o mundo em festivais. Os desafios que eu enfrento é lutar contra a barreira do preconceito provando que meu corpo gordo é capaz de contar múltiplas histórias. Ainda as oportunidades não são pra todos.
Consequências paralelas é um projeto que vem circulando em festivais internacionais. Como foi a experiência de protagonizar um filme que está sendo exibido em diferentes países?
É uma conquista que eu já almejava há muito tempo na minha carreira. Eu sou apaixonado por cinema e ter a oportunidade de ter o protagonismo nas telonas é um sonho realizado. O filme Consequências paralelas é uma ficção científica sobre viagem do tempo de uma forma nunca antes vista. No elenco somos eu, Carol Macedo, João Fenerich e temos uma participação da Camila Morgado. Estamos recebendo um feedback muito positivo de todos os festivais que estamos participando. Já fomos pra festivais em Boston, Barcelona e Porto Alegre. Também temos convites para outros países até o final ano. Esse filme está tendo uma estrada longa.
O que você pode nos contar sobre a série Jogo cruzado? Qual é o seu papel e como você se preparou para fazer parte desse projeto?
É uma série pra Disney+ que estreia em 9 de julho, na plataforma e é dirigida pelo gênio Pedro Amorim. Ela se ambienta no universo do futebol e é protagonizada pelo José Loreto e Carol Castro. Eu faço um personagem que é o segurança e amigo do personagem do José Loreto. O projeto tem muito humor e a gente se divertiu muito gravando. Cada projeto tem uma preparação única, a comédia tem sua leveza, mas ela só funciona quando você leva a sério, quando você acredita realmente na situação que está acontecendo.
Você irá interpretar Jô Soares em um novo projeto teatral. Como você se sente sobre isso e como você acha que pode capturar a essência desse grande artista?
O maior desafio da minha carreira. O Jô é uma figura icônica e toda a complexidade que é fazer um projeto que envolve o Jô envolve muita responsabilidade. O projeto está em desenvolvimento, fizemos uma primeira fase de apresentações testes e foi muito bem sucedida, mas o texto vai sofrer alterações e temos uma previsão pra acontecer ano que vem.
Quais são os principais desafios que você enfrenta ao interpretar personagens complexos ou históricos, como Jô Soares?
A maior complexidade do Jô, por exemplo, é cumprir com a expectativa do público, por que a figura dele está muito presente na memória emotiva das pessoas. Ao mesmo tempo eu tenho muito material de estudo. Está sendo um mergulho lindo.
Como você equilibra a sua paixão pelo teatro e pelo audiovisual? Você tem algum projeto que gostaria de desenvolver em uma dessas áreas?
Eu dou a mesma importância pra todos os projetos que eu me envolvo, penso tudo como formação de carreira. Eu me apaixono pelos projetos independentemente do veículo. A televisão, o cinema, o teatro, cada um tem a sua peculiaridade. Eu estou à frente de muitos projetos também como produtor.
Quero ter propriedade pra contar minhas histórias.
O que você gostaria de transmitir para o público através do seu trabalho? Qual é a mensagem ou emoção que você gostaria de compartilhar?
Acredito na arte como instrumento de transformação. Um sorriso muda vidas e o seu trabalho ser a força motriz desse acontecimento é o propósito da minha vida. Quero contar histórias que ajudem outras pessoas, que inspirem. Fazer realmente a diferença. Quando eu vejo a força da arte atingindo a plateia, ela respondendo, se emocionado ou dando boas gargalhadas, eu percebo o poder transformador que ela tem e tudo faz sentido.
Diversão e Arte
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