Literatura

Amor e poesia: escritora Carolina Maingué lança o primeiro livro da carreira

A obra Todos os pontos cardeais no corpo nasceu como um compilado de textos escritos pela artista nos últimos anos

Carolina Maingué é dançarina e escritora -  (crédito: Arquivo pessoal)
Carolina Maingué é dançarina e escritora - (crédito: Arquivo pessoal)

A arte, de alguma maneira, sempre esteve presente na trajetória de Carolina Maingué, 28 anos. Quando pequena, o primeiro contato veio com a dança, que a acompanha ainda hoje. Agora, permite-se estar, cada vez mais, no mundo da escrita. Lançado recentemente pela editora Patuá, o livro de estreia Todos os pontos cardeais no corpo veio para firmar esse compromisso artístico que tem feito consigo mesma. 

E de fato, esse universo é um convite. Recusá-lo é praticamente impossível. A relação com a palavra é o combustível dessa união, tanto é que, por isso, também resolveu se tornar jornalista. Mas, muito antes desse encontro com a poesia, Carolina aprendeu os movimentos da vida com a dança. “A minha é bailarina e professora de balé. Assim, comecei nesse meio muito cedo, desde pequena”, conta.

Segundo ela, o pai sempre foi uma pessoa muito ligada à literatura. Diante dessa combinação dentro de casa, fugir era inevitável. “Acabei pegando um pouco dos dois”, brinca. Mais tarde, entrou em uma escola de desenho e, na fase adulta, cursou um ano de artes cênicas. Depois, mudou-se para o jornalismo. Mesmo entre as indas e vindas profissionais, a arte sempre permaneceu. 

“Esses dilemas continuam aqui e tento me dedicar 100% para conciliar tudo. Mesmo assim, nunca tive dúvidas sobre meu caminho na arte”, ressalta. Quando ela dança, sente que consegue voltar para si no instante que o passo é dado. “O corpo não te deixa não estar lá”, completa. Mais do que apenas coreografias, é uma forma de superar traumas e desafios. E, acima de tudo, a sensação de estar viva no espaço. “É aí que a poesia acontece.”

O sonho da escrita

Imortalizar a própria arte é o desejo de todo escritor. Ter uma parte de si jogada ao mundo, é o que todo artista imagina para a vida. Desde a adolescência, essa ideia para Carol surgiu como uma fantasia. Distante, mas possível. “Eu não colocava tanto no campo do realizável. Mas, nesse meio tempo, continuei escrevendo. Esse livro não veio com objetivo de ser uma obra. Foi um apanhado de várias coisas que foram acontecendo comigo ao longo dos anos”, descreve. 

Amor, família, dor e sonhos. Todos os pontos cardeais do corpo de Carol falam sobre quem ela é entre as páginas. Uma década inteira de poesia e sentimentos eternizados. Ainda que o manuscrito tenha nascido de modo lento, com o olhar carinhoso e demorado da escritora, a recepção tem sido muito bem quista pelas pessoas que a acompanham. Agora, ela desfruta desse momento tão bonito que tem vivido.

O livro de estreia da escritora é uma ode às memórias colecionadas até aqui. A praia, o mar e tudo o que aprendeu com o avô. Mas, também, é uma obra sobre a saudade e a finitude. A importância de aproveitar tudo o que se nasce conhecendo, mas que podem partir a qualquer instante. “Acredito que a arte, realmente, é mesmo o meu lugar”, finaliza Carolina Maingué.

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postado em 07/08/2025 15:24 / atualizado em 07/08/2025 15:55
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