MÚSICA

"Foi amor à primeira vista com Brasília", afirma Rosa Passos

Atração de hoje do Cerrado Jazz Festival, Rosa Passos é a homenageada da edição. A cantora fala ao Correio sobre o momento atual da carreira e relação com a cidade

Rosa Passos é homenageada da décima edição do Cerrado Jazz Festival  -  (crédito: Marcelo Castelo Branco/ Divulgação)
Rosa Passos é homenageada da décima edição do Cerrado Jazz Festival - (crédito: Marcelo Castelo Branco/ Divulgação)

Homenageada na décima edição do Cerrado Jazz Festival, a baiana brasiliense Rosa Passos é cantora, compositora e violonista com carreira internacional. Este ano, Rosa decidiu focar em realizar uma turnê no Brasil, passando pelo país com o show Suíte Brasileira, que relembra a trajetória musical. Na celebração  dos 10 anos de festival, a artista é homenageado pelo evento por ter participado da primeira edição. Ao Correio, Rosa Passos fala sobre o momento atual da sua carreira, a relação com o jazz, os shows em bares da capital no início de carreira, a conexão que a baiana construiu com Brasília e a expectativa para o show no Cerrado Jazz Festival, hoje, às 19h30.

  • Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Você está sendo homenageada na décima edição do Cerrado Jazz Festival. Qual a sensação desse reconhecimento, já que esteve na primeira edição?

Eu me sinto muito feliz. Este ano, para mim, está sendo tão maravilhoso, porque eu resolvi investir no meu trabalho aqui no Brasil. Porque, eu estou sempre no exterior, Europa, Estados Unidos, Japão. Eu resolvi optar pelo Brasil, fazer uma turnê brasileira que sempre foi meu sonho, lá fora já sou realizada. Em junho, fui homenageada pela União Brasileira de Compositores e recebi um troféu por toda minha carreira. E agora, com o Cerrado Jazz Festival, estou sendo celebrada porque fui uma artista que estava presente no início. Eu me sinto muito feliz, honrada, principalmente porque sou uma baiana brasiliense, e um festival daqui estar completando o aniversário é muito importante. Sinto-me lisonjeada com a homenagem.

Você é conhecida pela bossa nova. Qual a relação da sua música com o jazz?

Eu sempre digo que faço música brasileira de qualidade, e dentro disso, tem a bossa nova e faço uma música com conotação jazzista. Ser apenas cantora de Bossa Nova é muito limitante. É essa mistura que faz meu trabalho ser mais conhecido lá fora, porque estou nos grandes festivais de jazz da Europa, dos Estados Unidos.

Como foi sua adaptação na capital? Quando você percebeu que se tornou brasiliense também?

Eu me casei muito novinha e vim para cá. Eu me apaixonei desde o primeiro momento que cheguei a Brasília, as pessoas têm dificuldade de adaptação, mas, para mim, foi amor à primeira vista com Brasília. Sempre tive uma relação maravilhosa. Meus filhos nasceram aqui, meus netos. Em relação a carreira, também nunca tive problema em morar em Brasília, já que sempre tive uma carreira internacional. É uma cidade que eu amo muito, sabe? Assim, não saio daqui, não vou para outro lugar, não tenho intenção. Abracei a cidade desde o primeiro momento que eu cheguei aqui.

No início da carreira, você cantou bastante em bares de Brasília. Como percebe a cena musical na noite brasiliense atualmente?

Na minha época, era uma coisa, agora é outra. Quando eu fiz os bares, foi um convite que  recebi de cada casa. Para mim, foi uma experiência musical. Foi um crescimento até como intérprete, mas não posso dizer, agora, porque eu não acompanho isso. Mas era muito diferente, as pessoas, por exemplo, saíam de casa para me ouvir. Eu com o Lula Galvão, Jorge Helder, que hoje são músicos famosos no Brasil inteiro, que tocaram comigo na noite aqui em Brasília. A noite foi como um período de experiência, eu escolhia um repertório como se  tivesse fazendo um show. Naquela época, teve Zélia Duncan, que cantava na noite também, Cássia Eller. Na época da gente, a conotação bar era diferente. É como se fosse um espaço cultural nosso e que as pessoas iam ali para nos ouvir. Isso tudo foi na década de 1980, logo depois, fui convidada para gravar meu disco, e sai desse contexto.

Qual sua expectativa para o festival e o que o público pode esperar do seu show?

Eu estou muito feliz de participar do Cerrado Jazz Festival, porque  estou com um trabalho, que venho trazendo desde janeiro pelo Brasil, que se chama Suíte Brasileira, que é o meu concerto, um passeio que eu estou dando pela minha discografia. Todos os lugares por onde eu tenho passado com esse show tem sido muito bem sucedido, as pessoas estão gostando muito, porque eu estou cantando os grandes compositores brasileiros como Tom Jobim, Dori Caymmi, Ary Barroso, Djavan, e composições minhas. É um repertório delicioso, superbrasileiro e que faz parte da minha história discográfica. Consegui juntar um repertório maravilhoso e ao mesmo tempo contando toda minha história. É uma festa, é uma alegria porque a gente faz um trabalho com o maior amor, e eu tenho certeza de que o público vai gostar muito.

 


  • Google Discover Icon
postado em 10/08/2025 06:01
x