
Aos 59 anos, Luciano Quirino está vivendo um dos momentos mais prolíficos de sua trajetória. Com uma carreira que atravessa décadas, o ator está mais ocupado do que nunca, transitando entre novelas, séries, cinema e projetos autorais. Seu talento versátil o mantém em destaque, seja interpretando um médico caipira em uma comédia ou ressignificando figuras históricas no teatro.
A partir de setembro, Quirino integrará o elenco da novela Êta mundo melhor!, da TV Globo, no papel do Doutor Carneiro, médico de Cunegundes (Elizabeth Savalla). O personagem promete agitar o núcleo da fazenda, interagindo também com Ary Fontoura e Beth Gofman.
"Ele chega para causar um rebuliço", adianta o ator, empolgado com a chance de explorar o humor. "É um núcleo cômico, então pude brincar com características físicas e o sotaque caipira." Para compor o médico, Quirino adotou um penteado encaracolado que lembra a lã de um carneiro, além de usar enchimentos para alterar sua silhueta.
Enquanto se prepara para a novela, Quirino também aguarda a estreia do remake de Dona Beja, previsto para 2026 na HBO Max. Ele vive José Carneiro de Mendonça, papel originalmente interpretado por Jonas Mello em 1986. Apesar da referência, o ator optou por uma abordagem própria.
"Não busquei a versão anterior. Trabalhei a partir do texto e do conflito do personagem, que é intenso e central na trama", explica. "Quisemos desconstruir a masculinidade tóxica daquele homem da época, tornando-o mais contemporâneo. Fiquei muito satisfeito com o resultado."
No cinema, Quirino está em fase de gravações do filme da Netflix baseado no caso Elise Matsunaga, com direção de Vellas e roteiro de Raphael Montes e Mariana Torres. Além disso, integra o elenco da série Galera FC, em pós-produção, com estreia prevista para 2026.
Outro projeto que o enche de orgulho é Por dentro da sessão, uma produção da DíadeLab que mistura arte e psicologia. Na série, ele interpreta Lima Barreto, explorando os conflitos do escritor, incluindo sua relação com o alcoolismo.
"A proposta é que psicólogos assistam e debatam como lidar com casos semelhantes", comenta. "Como tenho o propósito de dar visibilidade a histórias negras, participar desse projeto foi especialmente significativo."
Histórias que importam
Quirino coleciona trabalhos marcantes, como Laerte, o médico acupunturista de Laços de família (2000), um papel raro para um ator negro na época. "Era quase uma aparição exótica, quando já deveria ser algo corriqueiro", reflete o intérprete do sócio da protagonista Helena (Vera Fischer).
No cinema, trabalhou com nomes como Fernando Meirelles (Domésticas) e Hector Babenco (Carandiru), além de filmes aclamados como Arthur Bispo do Rosário e Casa de Alice.
Formado em cinema, Quirino também se dedica a projetos autorais. Em 2023, dirigiu e produziu o documentário O Triângulo de Tebas, sobre a diáspora africana na arquitetura de São Paulo. "É importante mostrar o negro como criador, não apenas como mão de obra", defende.
Para 2026, o ator prepara dois projetos pessoais: um para o cinema e outro para o teatro. Luciano Quirino prova que, longe de se acomodar, está sempre em busca de novos desafios – e, acima de tudo, de histórias que importam. "O que me move é poder contar narrativas que ressignificam o lugar do negro na arte e na sociedade", conclui o artista.
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