
Um dos maiores empreiteiros do Brasil, Rogério Lenzi, 89 anos, é encontrado morto dentro da própria casa. E quem o matou? — a pergunta é respondida ao fim dos oito episódios de Cenas de um crime, nova série policial da HBO Max. A investigação comandada pelos detetives André (Fabricio Boliveira) e Bárbara (Débora Nascimento), casal recém-divorciado, que busca descobrir quem assassinou, de forma violenta, um senhor em estado terminal durante uma reunião de família, acaba revelando também segredos profundos da história do Brasil e de uma poderosa sociedade oculta.
- Leia também: 5 lançamentos na HBO Max em outubro de 2025
Filmada há cerca de três anos, a série da HBO Max havia sido cancelada pela Paramount em 2024, mas foi recentemente resgatada pela plataforma de streaming. "Em tempos de mistérios do tipo quem matou Odete Roitman e acontecimentos históricos, como o julgamento do Bolsonaro, eu acredito que a série esteja sendo lançada no momento exato", celebra Fabricio. "Na trama, a gente trabalha com um pano de fundo sociopolítico que joga luz para questões de ditadura militar, dos generais que não foram presos, do golpe que tentaram dar e da milícia que toma conta do Rio de Janeiro", adianta a diretora Izabel Jaguaribe.
Familiarizado com o mundo policial — Fabrício fez parte do elenco do filme de ação Operações especiais e da telessérie Força-tarefa —, o ator revela que, antes de receber o roteiro de Cenas de um crime, não tinha intenção de retornar ao universo dos "tiras". "Eu não queria mais uma arma sequer na minha mão", ri. "Mas esse projeto tem um outro modo de lidar com essa realidade. Há um lado muito investigativo, de depoimentos e conversas que acabam provocando outras discussões sobre o nosso atual país", relata o protagonista.
"É uma série que traz um homem negro, de dreadlocks, como policial. Nela, eu não sou mais a caça, como fui em outros filmes. Em Cenas de um crime, eu sou o cara em quem as pessoas podem confiar, é o meu personagem que vai resolver o caso", ressalta Fabrício. "Tem muita coisa que me instigou nesse projeto, que o torna diferente de só mais um true crime ou de um filme policial comum", afirma o ator.
Ex-casal
"No caso da personagem de Débora, algo que eu também achei muito interessante é que não existe o discurso de 'eu sou uma mulher investigadora'. Isso não faz parte da série. Ela só está lá. Não é algo que precisa ser ratificado o tempo inteiro", elogia. Na trama, Bárbara é chefe da investigação. "Ela é uma mulher muito categórica, disciplinada, correta e rígida. Foi até interessante compor a dinâmica entre esses dois detetives, porque o André é mais flexível, simpático, carismático", descreve a diretora.
O mistério da série vai além da investigação, garantem Fabrício e Izabel, e envolve o público com o recém-divórcio dos investigadores. "Profissionalmente, eles são eficazes e trabalham muito bem juntos. Mas, ao mesmo tempo, lidam com todas essas questões mal resolvidas que adicionam uma nova camada no sentido amoroso. O espectador não fica curioso só para saber quem matou Rogério, mas também para saber o que aconteceu entre André e Bárbara", garante a diretora.

Diversão e Arte
Diversão e Arte
Diversão e Arte