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‘Tremembé’: quem é a mulher que tentou matar Suzane von Richthofen e inspirou Dada

Série do Prime Video recria o episódio real em que Suzane quase foi assassinada por uma detenta conhecida como Maria Bonita durante uma rebelião liderada pelo PCC em 2006

Inspirada em Maria Bonita, Dada foi interpretada por Rosana Maris em 'Tremembé'  -  (crédito: Divulgação )
Inspirada em Maria Bonita, Dada foi interpretada por Rosana Maris em 'Tremembé' - (crédito: Divulgação )

O lançamento da série Tremembé, do Prime Video, reacendeu um dos momentos mais sombrios da passagem de Suzane von Richthofen pelo sistema prisional: a tentativa de assassinato que quase lhe tirou a vida durante uma rebelião em 2006. O episódio, ocorrido na Penitenciária Feminina da Capital (PFC), foi conduzido por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e tinha Suzane como um dos principais alvos.

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De acordo com o livro Suzane: Assassina e Manipuladora, do jornalista Ullisses Campbell, o motim — divulgado à época como uma manifestação por melhores condições — escondia uma missão secreta: eliminar duas presas. Uma delas era Aurinete Félix da Silva, conhecida como Netinha, ex-fundadora do PCC que havia migrado para uma facção rival. A outra, Suzane, era vista dentro da penitenciária como uma traidora e alvo de repulsa.

Enquanto Netinha conseguiu ser retirada do local, Suzane ficou isolada no meio da revolta. A ordem de execução partiu da líder da facção no presídio, Quitéria Silva Santos, chamada de “rainha da penitenciária”. A tarefa de cumprir a sentença foi entregue a Maria Bonita, baiana de 28 anos e uma das figuras mais temidas da prisão.

A relação entre as duas começou com aparente cordialidade. Maria Bonita se aproximou oferecendo proteção à recém-chegada, mas a recusa de Suzane em aceitar sua ajuda rapidamente transformou a aproximação em perseguição. “Você sabe que não vai durar aqui dentro, né, amorzinho?”, teria dito a agressora, segundo o livro.

Durante as 22 horas de rebelião, Suzane se escondeu em um pequeno armário de ferro no almoxarifado, sem ar e sem água, enquanto do lado de fora dezenas de presas armadas com facas gritavam ameaças. “Eu sei que você está aí dentro, sua cadela!”, gritava Maria Bonita. 

O motim terminou apenas com a morte de Quitéria, esfaqueada por outra detenta. Sua execução desarticulou o comando do PCC dentro da unidade e encerrou a revolta. Suzane foi resgatada em estado de choque.

Mesmo após o episódio, o confronto entre as duas mulheres ainda teria novos capítulos. Com o tempo, ambas foram transferidas para diferentes penitenciárias. Suzane seguiu para Rio Claro, enquanto Maria Bonita acabou em Ribeirão Preto. Anos depois, quando Suzane foi movida para o mesmo presídio da rival, o reencontro trouxe de volta o medo.

Segundo Campbell, Maria Bonita dizia ser uma “emissária de Satanás” e ameaçava Suzane, afirmando que “quem mata pai e mãe tem que ir para o inferno logo”. Temendo um novo ataque, Suzane teria negociado com um promotor sua saída da unidade.

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Na adaptação para Tremembé, os roteiristas condensaram a cronologia real, reunindo os fatos de três presídios — Capital, Rio Claro e Ribeirão Preto — em apenas dois cenários. Assim, o encontro entre Suzane e a personagem inspirada em Maria Bonita (Dada, interpretada por Rosana Maris), que na realidade ocorreu em Ribeirão Preto, foi transposto para a penitenciária de Tremembé, local central da narrativa da série.

 

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postado em 07/11/2025 13:14
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