A cena é familiar para os fãs de Cadu Libonati: o ator, de 31 anos, mergulhado em um personagem complexo, desta vez o médico e pescador Túlio Fernandes, na novela Êta mundo melhor. Mas a versatilidade que o projeto exibe na tela é apenas um reflexo da trajetória multifacetada do artista por trás do papel. Da formação em balé ao sucesso em séries de streaming, dos palcos de musicais aos estúdios de podcast, Libonati constrói uma carreira que tem, nas pessoas, seu principal combustível.
Ao Correio, o ator detalha as complexidades de Túlio, seu mais recente trabalho na TV Globo. "O Túlio, a partir de agora, vai viver o dilema clássico entre amor e seu passado, seus traumas", adianta Libonati, que contracena com Larissa Manoela. "Ele teve um passado muito doloroso, colocou sua integridade física em risco por conta de amor. Túlio vive intensamente o amor, e isso pode ser a glória ou seu fim".
Essa intensidade é uma marca registrada de Libonati, que após dar vida a Vicente em Guerreiros do Sol (2025, Globoplay), consolida-se como um dos nomes mais versáteis de sua geração. Sua filmografia inclui desde personagens em novelas das 18h, como Além do tempo (2015), até a vilania das 21h em A dona do pedaço (2019) e na recente Mania de você (2024), passando pela série Rio Connection (2021). Para ele, a diversidade é uma escolha consciente e vital.
"Ator quer trabalhar! E eu mais ainda", brinca. "Desde moleque, eu sempre gostei de muitas coisas. O fato de saber tocar 50% de alguns instrumentos, saber um pouco de cada esporte, balé, não só alimenta minha curiosidade com o mundo, como me faz conhecer gente nova o tempo todo, enriquece o meu lado artista. E acho que isso tudo vai pra todos os personagens junto comigo".
O conforto no desconforto
A transição entre diferentes linguagens e plataformas é um desafio que Libonati abraça, mesmo com o frio na barriga. "Faço novelas desde 2014 e, desde então, eu fico todo tremendo quando vou gravar, como se fosse o primeiro trabalho. Sinto que a coisa do 'ao vivo' me dá uma sensação de que o capítulo que vai ao ar está correndo atrás de mim", confessa, rindo.
Já o teatro, onde recentemente atuou ao lado de Marco Nanini em Traidor, é descrito como "conforto dentro do desconforto". "Teatro é muito aprendizado, muita escuta. E também muito difícil de se manter financeiramente, o que deixa a coisa toda da magia, muitas vezes, de lado", pondera. "E quando as três [tevê, streaming e teatro] se misturam, ou dá muito certo ou não!"
Paralelamente à carreira de ator, Cadu mantém uma relação ativa com a comunicação. Ele é criador e apresentador do podcast de entrevistas Salvando Cadu e integra o videocast esportivo Na trave. Para ele, essas atividades são uma extensão natural de seus interesses.
"Eu amo conversar", declara. Sobre o Na trave, que discute futebol brasileiro com destaque para o Vasco, seu time de coração, ele se entusiasma: "É a realização de muitos 'Cadus', pois me juntei a grandes amigos, falo de futebol brasileiro (eu amo) e do Vasco da Gama, que ocupa um lugar imenso dentro de mim".
O Salvando Cadu, por sua vez, recebeu convidados tão diversos quanto a avó, a atriz Irene Ravache, e o cantor Rubel. "É muito difícil definir um episódio preferido", diz, mas destaca a conversa com Rubel. "A gente fala sobre política, morte, vida, música… e foi lindo. É um processo de se aprofundar em uma pessoa, e tem que ter muito cuidado e carinho com isso".
Crença nas pessoas
Seja atuando, entrevistando ou debatendo futebol, Libonati identifica um fio condutor em tudo o que faz. "Claramente meu fio condutor são as pessoas! Eu gosto de gente", afirma. "Isso influenciou, durante meus 31 anos, meu lado político, meu lado artístico… eu acredito mesmo que o individualismo não funciona para o mundo".
Ele explica que essa visão foi solidificada por um conceito filosófico: "só existo a partir do olhar do outro". "Ou seja, eu preciso de gente! E acho que isso me move e me desafia — entender as pessoas, entender o mundo e suas complexidades, o mundo e suas desigualdades, suas belezas e defeitos".
A conversa toma um tom mais emotivo quando o assunto é a recente morte de Lô Borges, ícone da MPB que Libonati interpretou no musical Clube da Esquina - Os sonhos não envelhecem, em 2022.
"Eu fiquei muito mexido com a partida do Lô. Não por não entender a morte, mas sim porque Lô me abre caminhos desde a adolescência", compartilha. "Lô está ligado diretamente à minha carreira porque eu tive um salto de prateleira depois de interpretá-lo. Pessoas me enxergaram com um olhar mais sério. Trabalhos vieram (como Guerreiros do Sol e a novela atual) graças a isso. Lô está em um lugar esotérico muito especial da minha vida. Um cara que certamente ama pessoas", finalizou.
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