Música

Pato Fu resgata sucesso de 'Gol de quem?' em show especial

Grupo celebra os 30 anos do álbum 'Gol de quem?' com show no SESI Lab

Nos últimos tempos, Pato Fu tem vivido uma eterna celebração. Em 2022, a banda caiu na estrada com a turnê Rotorquestra de liquidificafu, em comemoração às três décadas de atividade do grupo. A série de shows, em parceria com a Orquestra Ouro Preto, rodou o Brasil e ainda rendeu um álbum ao vivo que passeia por todo o repertório do primeiro disco dos mineiros, além de outros sucessos do quinteto. Agora, Fernanda Takai (voz), John Ulhoa (guitarra), Ricardo Koctus (baixo), Xande Tamietti (bateria) e Richard Neves (teclados) se preparam para mais uma festividade — o aniversário de 30 anos do Gol de quem?, um dos trabalhos mais emblemáticos dos músicos.

Em Brasília, o show que comemora o trabalho responsável pelo sucesso Sobre o tempo é apresentado amanhã, durante a 25ª edição do Night Lab, no SESI Lab. O Pato Fu sobe aos palcos a partir das 22h. "O Gol de quem? nos apresentou para a maior parte de nosso público, em nossa geração", diz o guitarrista John Ulhoa. "Acho que Sobre o tempo, inclusive, solidificou a ideia de que somos uma banda meio maluca, mas temos canções radiofônicas também, e que transitamos por essas facetas sem ferir nenhum de nossos pressupostos estéticos", avalia o músico.

Segundo ele, celebrar o disco "simplesmente pareceu a coisa certa a fazer". "Tínhamos a sensação de que seriam apresentações muito divertidas e emocionantes. Fizemos uma pequena temporada em São Paulo com um show deste álbum há mais de 10 anos, mas sem dar sequência. Ali já percebemos o potencial que esse repertório tinha. Agora acho que é o momento ideal, e a turnê tem nos mostrado que é isso mesmo", conta Ulhoa.

"O mais incrível é ver como as canções, até mesmo as mais lado B, ganham contornos emocionais", continua o instrumentista. "Muita gente entra no nosso camarim com os olhos vermelhos dizendo: "Achei que nunca mais veria vocês tocando tal música". No começo, o Pato Fu era muito centrado em fazer arranjos que fossem bons de serem tocados ao vivo, divertidos, para as pessoas curtirem os shows mesmo se não conhecessem a banda. Esse repertório nos lembrou disso, as faixas realmente funcionavam — e ainda funcionam!", exclama o integrante.

"A música tem esse poder mágico de resistir ao tempo", acrescenta Fernanda Takai. A vocalista destaca que uma banda como o Pato Fu, que "sempre esteve nos limites da cena independente e do streaming", poder celebrar marcos como 33 anos em atividade é algo raro no mundo artístico. "Ainda mais contendo um casamento entre um casal de integrantes, neste mundo cheio de pautas que caem logo para outros assuntos que não a arte. Comemoramos nossa amizade, nossa vontade de tocar juntos até hoje e a certeza de que nosso caminho foi muito produtivo", garante. A cantora é casada com Ulhoa desde 1995.

Fernanda afirma que ela e os demais integrantes da banda nunca imaginaram o quanto o grupo poderia durar. "Ninguém pode prever isso. Temos sempre em mente que nós somos nosso primeiro público e precisamos estar felizes com os álbuns, os videoclipes, as turnês... Fazer shows legais e encontrar pessoas que vão nos ver há anos é recompensador. Assim como encontrar alguém que começou a nos ouvir há pouco tempo, também. Ainda apostamos na experiência ao vivo como a melhor moeda para trazer a plateia pro nosso time", revela a vocalista.

Para a cantora, apesar das mudanças que aconteceram no universo da música nos últimos 30 anos, canções e artistas que têm personalidade não precisam tentar se encaixar a todo custo nos modelos atuais de se fazer uma carreira. "Há novas ferramentas no mercado, as redes sociais têm um papel grande na visibilidade do que se faz, mas forçar a natureza de cada um pode ser até pior", opina.

"Prefiro pensar que projetos como o Música de Brinquedo, ou um álbum e uma série de shows com a Orquestra Ouro Preto, músicas em filmes, novelas ou séries, façam o Pato Fu alcançar outras paragens, como sempre foi... sem contar o rádio que ainda é muito relevante no nosso segmento. O acesso à história está na rede e vamos torcer pra que tudo que geramos até hoje continue relevante. E que a gente seja capaz de fazer boas novas canções ainda", finaliza Fernanda.

Celebração em dobro

Para além da celebração das três décadas de Gol de quem?, a 25ª edição do Night Lab também comemora três anos de atividades do SESI Lab. Sob a temática Distopias e Ficções, o museu interativo e laboratório de ideias convida o público a imaginar outros mundos possíveis a partir da arte, da música e da tecnologia. Amanhã, a programação começa a partir das 19h, com a ocupação do painel de LED com a fotógrafa Isis Aisha.

Às 20h, Mahmundi apresenta Remixes, espetáculo inédito em que a cantora recria os principais sucessos da carreira com sonoridades eletrônicas ao vivo, com auxílio de sintetizadores e guitarras. Simultaneamente, ocorrem no museu oficinas e conversas poéticas abertas ao público.

"Em três anos, o SESI Lab se tornou um ponto de encontro importante na cena cultural de Brasília. Trouxemos uma programação que combina arte, ciência e tecnologia de maneira acessível e provocadora, criando um espaço onde as pessoas podem experimentar, aprender e imaginar novos futuros", define Claudia Ramalho, superintendente de Cultura do SESI.

"Para os próximos anos, queremos aprofundar esse diálogo com o público, ampliar parcerias, fortalecer nossas ações de sustentabilidade ambiental e seguir oferecendo experiências que conectem criatividade, conhecimento e gerem impacto social", deseja a superintendente.

Patu Fu apresenta Gol de quem?

Amanhã, às 22h, no SESI Lab (Setor Cultural Sul)

Ingressos poderão ser adquiridos amanhã, às 17h, na bilheteria do evento. Ingressos: R$ 20 (meia) e R$ 40 (inteira). Não recomendado para
menores de 18 anos.

 


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