
A edição de 2026 do Rock in Rio começou a ganhar forma com a revelação dos primeiros artistas anunciados pela organização: Elton John e Gilberto Gil, escalados para o palco do dia 7 de setembro. O comunicado, feito nesta terça-feira (25/11) destacou ainda que a passagem de Elton pelo festival será a única aparição dele no país em 2026. Já a participação do pai de Preta Gil no evento musical chamou atenção para uma “desaposentadoria”.
Aos 82 anos, o ícone da MPB havia anunciado que sua última turnê seria realizada em 2025, encerrando nos palcos uma carreira que atravessa seis décadas. Após os shows no Brasil, Estados Unidos e Europa, o cantor não pretendia mais performar em shows, mas continuaria compondo, gravando e se apresentando eventualmente.
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A turnê de despedida foi batizada de Tempo rei, nome que remete a uma das canções mais emblemáticas, sobre a efemeridade e a permanência — um símbolo para o momento de transição. Em fevereiro de 2025, Gil adiantou que continuaria contribuindo para a cultura enquanto viver. "Essa turnê tem a intenção de ser um final de um ciclo mais intensivo, com excursões longas, viagens e trabalho muito intenso", explicou em entrevista ao Correio na época.
Para muitos fãs, a decisão representou uma redefinição de ritmo para espaços mais íntimos, não uma aposentadoria física. “Já entrei no meu 83º ano da vida”, disse Gil em entrevista à CNN. “E isso precisa desacelerar um pouco. Mas quero ainda encontrar o público em momentos mais tranquilos.”
De Salvador para o mundo
Gilberto Passos Gil Moreira nasceu em 26 de junho de 1942, em Salvador (BA), onde desde criança demonstrava ligação com a música: começou aprendendo sanfona, inspirado nas sonoridades nordestinas, para depois migrar ao violão e à guitarra elétrica.
Formado em Administração pela Universidade da Bahia, foi na sua juventude universitária que conheceu Caetano Veloso, com quem cocriou — junto a outros artistas como Gal Costa, Tom Zé e Maria Bethânia — o movimento Tropicalismo, um marco cultural dos anos 60 que revoluciona a música brasileira ao misturar ritmos nacionais com influências internacionais.
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Durante a ditadura militar, suas ideias tropicalistas e seu posicionamento artístico o levaram ao exílio em Londres, no final dos anos 60. Nesse cenário, absorveu influências do rock pop, como Beatles e Jimi Hendrix, resultando em uma produção musical ainda mais experimental. De volta ao Brasil, construiu uma discografia imensa, com quase 70 álbuns, e lançou clássicos que marcaram a história da MPB. No álbum Expresso 2222 (1972), por exemplo, Gil celebra a Bahia e registra sua volta ao país após o exílio.
Além da música, Gil exerceu um papel político importante ao ser Ministro da Cultura entre 2003 e 2008 no governo Lula, implementando políticas como os Pontos de Cultura e defendendo a flexibilização de direitos autorais e o uso de tecnologias digitais na cultura. Também recebeu diversas honrarias, como o título de “Artista da Paz” da UNESCO, distinções internacionais como a Légion d’Honneur, e foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (cadeira 20).
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