SAÚDE FEMININA

Angelina Jolie expõe cicatrizes da mastectomia e alerta sobre câncer

Atriz estrela a capa da 'Time France' e fala sobre prevenção, memória, saúde feminina e o impacto coletivo de sua decisão

Angelina Jolie transforma cicatrizes em discurso público sobre prevenção, memória e coragem -  (crédito: Reprodução/Pinterest)
Angelina Jolie transforma cicatrizes em discurso público sobre prevenção, memória e coragem - (crédito: Reprodução/Pinterest)

A edição francesa da Time estreia com Angelina Jolie na capa e transforma a publicação em um espaço de debate sobre saúde feminina, memória e prevenção. Na entrevista, a atriz fala publicamente sobre o câncer de mama e aparece exibindo as cicatrizes deixadas pela mastectomia dupla preventiva à qual se submeteu em 2013 — uma decisão que, segundo ela, carrega significado coletivo.

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A presença de Angelina na revista também dialoga com sua trajetória artística recente. Ela é a protagonista de Coutures, filme dirigido por Alice Winocour que aborda a experiência do câncer. O tema atravessa a vida da atriz de forma íntima: sua mãe, Marcheline Bertrand, morreu em decorrência de câncer de ovário e de mama, após anos de luta contra a doença.

  • Angelina Jolie estampa campa da Time francesa
    Angelina Jolie estampa campa da Time francesa Divulgação / Time France
  • Angelina Jolie estampa campa da Time francesa
    Angelina Jolie estampa campa da Time francesa Divulgação / Time France

Foi para ampliar o debate público sobre prevenção e rastreamento que Angelina decidiu expor as marcas da cirurgia. “Eu compartilho essas cicatrizes com muitas mulheres que amo. E fico sempre emocionada quando vejo outras mulheres compartilhando as delas. Eu desejei me unir a elas, sabendo que a Time France compartilhará as informações sobre a saúde das mamas, a prevenção e os conhecimentos sobre o câncer de mama”, disse à revista sobre o gesto de conexão com outras mulheres que passaram pela mesma experiência. “A vida é mais forte. A coragem se compartilha”.

Quando Angelina revelou publicamente a mastectomia preventiva, em 2013, por meio de um artigo no The New York Times, os números de exames preventivos cresceram de forma significativa. Na França, houve aumento de 20% nos exames de rastreamento. Nos Estados Unidos, a alta foi ainda mais expressiva: 64% nas duas primeiras semanas após a publicação e, seis meses depois, 37% acima do patamar anterior. O fenômeno passou a ser conhecido como “Efeito Angelina”.

No texto publicado em 2013, a atriz detalhou os motivos que a levaram à cirurgia. Ela contou que sua mãe enfrentou o câncer por quase uma década e morreu aos 56 anos, tendo conhecido apenas o primeiro neto. “Meus outros filhos nunca terão a chance de conhecê-la e de experimentar o quão amável e graciosa ela era”, escreveu.

No mesmo artigo, Angelina revelou os dados médicos que embasaram sua decisão: “Meus médicos estimaram que eu tinha um risco de 87% de câncer de mama e um risco de 50% de câncer de ovário, embora esse risco seja diferente no caso de cada mulher. Apenas uma parte dos cânceres de mama resulta de uma mutação genética hereditária. Em média, aquelas que têm um defeito no gene BRCA1 apresentam um risco de 65% de desenvolver a doença.”

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Diante desse cenário, ela optou por agir de forma preventiva. “Assim que soube que essa era a minha realidade, decidi ser proativa e reduzir o risco o máximo possível. Tomei a decisão de realizar uma mastectomia dupla preventiva. Comecei pelas mamas, pois meu risco de câncer de mama era maior do que o de câncer de ovário, além de a cirurgia ser mais complexa”, escreveu na época.

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postado em 16/12/2025 12:59
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