
Odette Ernest Dias fez parte de uma geração inaugural que influenciaria praticamente toda a produção da música brasiliense. A morte da flautista e fundadora do Clube do Choro, na madrugada desta quarta-feira (24/12), no Rio de Janeiro, repercutiu entre os músicos de Brasília. Muitos deles têm Odette como referência, foram alunos dela ou tocaram com a flautista.
“Para quem toca flauta, ela é um pouco mãe, assim, mãe de todos os flautistas brasileiros, porque não só ela encaminhava a gente na flauta, na música, mas na vida, né? A Odette foi um exemplo de vida, pela carreira que ela construiu”, conta Sérgio Morais, presidente da Associação Brasileira de Flautistas (Abraf), que teve aulas com a instrumentista na adolescência, durante um Festival Internacional de Música de Juiz de Fora.
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O violonista Henrique Cazes lembra que Odette veio para o Brasil em uma onda inusitada de músicos europeus que trocaram o Velho Continente pelos trópicos. “Inicialmente, ela veio junto com uma geração de músicos que veio da Europa, como Noel Devaux, do fagote, Zé Botelho, do clarinete, jovens brilhantes que foram arregimentados no início da década de 1950, com recomendações do (Heitor) Villa-Lobos para vir tocar e elevar o nível da Orquestra Sinfônica Brasileira, o que eles fizeram”, lembra Cazes.
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O pianista Dib Franciss, professor da Escola de Música de Brasília (EMB), destaca o papel de Odette como professora, já que ela foi responsável pela formação de dezenas de músicos na cidade. “Além de virtuosa flautista, desempenhou um papel pedagógico dos mais importantes formando gerações de flautistas, além de pesquisadora apaixonada pela cultura brasileira”, diz Franciss.
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Flautista da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, Ariadne Paixão conta que Odette foi uma referência a vida toda. "Foi uma pessoa sempre presente na minha vida, desde criança. nos deixa um grande legado musical, intelectual e humano. Ela amou a vida até o último sopro", diz.
*Colaboraram Júlia Costa e João Pedro Carvalho
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