CINEMA

Marcelo VIP detestou ser vivido por Wagner Moura em filme

Rejeição de Marcelo VIP à atuação de Wagner Moura voltou aos holofotes após sua morte aos 49 anos, recolocando em pauta as críticas que ele fazia ao longa "VIPs"

Apontado como um dos maiores golpistas do Brasil, Marcelo Nascimento da Rocha, o Marcelo VIP, rejeitava totalmente a escolha de Wagner Moura para interpretá-lo no filme VIPs (2010). Em entrevista a Otaviano Costa exibida pela Band em agosto, declarou: “O Wagner Moura nunca foi a minha escolha para me representar”, reforçando, ao ser questionado sobre alternativas, que “qualquer um menos ele” seria uma opção melhor.

A morte de Marcelo nesta terça-feira (9/12), aos 49 anos, encerra a trajetória de um personagem controverso que, além de cumprir parte da pena na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Curitiba, atuou como palestrante e escritor depois de deixar os golpes para trás. A crítica ao filme, porém, permaneceu como um de seus assuntos mais recorrentes.

Para Marcelo, as mudanças feitas no enredo para fins dramáticos distorciam sua história e os papéis de sua família: “Muitas coisas foram mudadas. Meu pai nunca foi piloto, minha mãe nunca foi cabeleireira, ela se aposentou na Justiça Eleitoral”, afirmou, comentando ainda que seguidores costumavam dizer que o documentário VIPs: Histórias Reais de um Mentiroso (2010) refletia muito mais fielmente sua vida real.

Apesar da irritação com o conteúdo, Marcelo reconhecia o mérito técnico do longa, premiado quatro vezes no Festival do Rio, inclusive como melhor filme. “Não me enxergo daquela forma até porque sei da história real. Mas enfim, o filme foi um sucesso de público, ganhou alguns prêmios. Sobre a execução do ator e da equipe, inquestionável. É mais sobre o conteúdo."

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Quem foi Marcelo VIP

Natural do Paraná, Marcelo VIP se tornou um nome conhecido pelos golpes que aplicou nos anos 2000, período em que assumiu identidades de músico, atleta e até herdeiros. O caso mais notório ocorreu em 2001, quando apresentou-se como Henrique Constantino, um dos fundadores da Gol Linhas Aéreas, durante uma festa no Recife, concedendo entrevistas a programas de celebridades como se fosse o próprio empresário — um episódio que chamou atenção dentro e fora do país.

Ao longo da carreira criminosa, recebeu condenações que somaram mais de 34 anos, incluindo estelionato, falsidade ideológica, roubo de avião e associação ao tráfico de drogas.

 

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