Artes visuais

Fotógrafa de guerra Andrea Bruce participa do Imagem sem Fronteiras

Andrea Bruce cobriu conflitos no Oriente Médio e na África. Ela é a última convidada de 2024 para o projeto Imagem sem Fronteiras

Imagem Sem Fronteiras — Conversa com a fotógrafa Andrea Bruce
Hoje, às 19h, na Galeria Olho de Águia ( CNF 01, edifício Praiamar, Taguatinga Norte). Visitação até 31 de julho. 
 -  (crédito: Andrea Bruce)
Imagem Sem Fronteiras — Conversa com a fotógrafa Andrea Bruce Hoje, às 19h, na Galeria Olho de Águia ( CNF 01, edifício Praiamar, Taguatinga Norte). Visitação até 31 de julho. - (crédito: Andrea Bruce)

A fotógrafa americana Andrea Bruce é a quinta e última convidada do projeto Imagem sem fronteiras, da Galeria Olho de Águia. Além de uma conversa com o público nesta sexta-feira (14/6), às 19h, ela também preparou uma seleção de imagens que ficam em cartaz até 31 de julho na galeria. Entre as fotos, ela conta que há momentos de caos, perda e turbulência vividos em conflitos, guerras ou desastres naturais. 

Andrea passou metade da vida viajando por regiões de conflitos em busca de histórias humanas. No Washington Post, escrevia uma coluna chamada Unseen Irak (Iraque invisível), na qual contava o cotidiano de um país em guerra. Ela também é uma das fotógrafas da Noor Images, agência que reúne fotojornalistas de vários países

Durante os registros de guerras, o foco de Andrea é sempre em questões sociais nas áreas de conflito. Mãe de uma menina de 5 anos, ela decidiu reduzir um pouco as viagens mas, eventualmente, ainda realiza algumas coberturas. A fotógrafa esteve na Somália recentemente e no Afeganistão pouco antes de o Talibã tomar o poder. Em entrevista, ela fala sobre a fotografia de guerra e as preocupações diante de um mundo à beira de um desastre climático.  "Meu foco agora está na intersecção entre questões ambientais e conflitos", conta.

 Entrevista//Andrea Bruce

Por que focar nas questões sociais em áreas de conflito?

A guerra é muito mais complicada do que as pessoas pensam. Há dor por todos os lados. Raramente existe um bonzinho. Há dor que transpassa gerações. A infraestrutura básica das comunidades é destruída. E a guerra é apenas o começo. Muitas das fotos nessa exposição focam no conflito, mas sou conhecida por escrever e fotografar os pequenos momentos da guerra também. A vida diária, a luta diária depois do fogo e dos funerais. 


Você está trabalhando agora com foco na intersecção entre a questão ambiental e os conflitos. Alguma história específica?

Há muitas histórias, e eu acho que a guerra vai ser, no futuro, primariamente alimentada pela falta de recursos. E talvez já esteja sendo. 


Para você, qual a importância de fotografar áreas de conflito? Acredita que essas fotos podem mudar algo?

Infelizmente, acho que desistir de ter esperança de que minhas fotos mudem algo. Minha esperança é que eu consiga, pelo menos, fazer com que as pessoas entendam melhor a situação ou prestem atenção. Especialmente nos Estados Unidos, onde eu sinto que as pessoas são extremamente ignorantes quando se trata de culturas que não sejam as deles. Minhas fotos são também um aviso. A guerra pode acontecer em qualquer lugar se as pessoas erradas forem colocadas no comando. E isso acontece rapidamente. 


O mundo se acostumou à fotografia de guerra?

Eu estou estudando no Instituto de Arte de Chicago, fazendo um mestrado em arte e essa é uma das perguntas que faço com frequência. Tenho mergulhado na arte para ver se consigo adicionar camadas a essas imagens no futuro. Mas o mundo da arte pode ser muito aristocrático. É muito difícil dizer se as imagens têm algum impacto. Mas qual a alternativa? Não olhar para o que acontece?

 

  • Imagem Sem Fronteiras — Conversa com a fotógrafa Andrea Bruce
Hoje, às 19h, na Galeria Olho de Águia ( CNF 01, edifício Praiamar, Taguatinga Norte). Visitação até 31 de julho.
    Imagem Sem Fronteiras — Conversa com a fotógrafa Andrea Bruce Hoje, às 19h, na Galeria Olho de Águia ( CNF 01, edifício Praiamar, Taguatinga Norte). Visitação até 31 de julho. Foto: Andrea Bruce
  • Nascida nos EUA, fotógrafa procura dar foco aos problemas sociais gerados pela guerra
    Nascida nos EUA, fotógrafa procura dar foco aos problemas sociais gerados pela guerra Foto: Fotos: Andrea Bruce/Divulgação
  • Imagem Sem Fronteiras — Conversa com a fotógrafa Andrea Bruce
Hoje, às 19h, na Galeria Olho de Águia ( CNF 01, edifício Praiamar, Taguatinga Norte). Visitação até 31 de julho.
    Imagem Sem Fronteiras — Conversa com a fotógrafa Andrea Bruce Hoje, às 19h, na Galeria Olho de Águia ( CNF 01, edifício Praiamar, Taguatinga Norte). Visitação até 31 de julho. Foto: Andrea Bruce
  • Imagem Sem Fronteiras — Conversa com a fotógrafa Andrea Bruce
Hoje, às 19h, na Galeria Olho de Águia ( CNF 01, edifício Praiamar, Taguatinga Norte). Visitação até 31 de julho.
    Imagem Sem Fronteiras — Conversa com a fotógrafa Andrea Bruce Hoje, às 19h, na Galeria Olho de Águia ( CNF 01, edifício Praiamar, Taguatinga Norte). Visitação até 31 de julho. Foto: Andrea Bruce
  • Imagem Sem Fronteiras — Conversa com a fotógrafa Andrea Bruce
Hoje, às 19h, na Galeria Olho de Águia ( CNF 01, edifício Praiamar, Taguatinga Norte). Visitação até 31 de julho.
    Imagem Sem Fronteiras — Conversa com a fotógrafa Andrea Bruce Hoje, às 19h, na Galeria Olho de Águia ( CNF 01, edifício Praiamar, Taguatinga Norte). Visitação até 31 de julho. Foto: Andrea Bruce
  • Imagem Sem Fronteiras — Conversa com a fotógrafa Andrea Bruce
Hoje, às 19h, na Galeria Olho de Águia ( CNF 01, edifício Praiamar, Taguatinga Norte). Visitação até 31 de julho.
    Imagem Sem Fronteiras — Conversa com a fotógrafa Andrea Bruce Hoje, às 19h, na Galeria Olho de Águia ( CNF 01, edifício Praiamar, Taguatinga Norte). Visitação até 31 de julho. Foto: Andrea Bruce
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postado em 14/06/2024 06:32
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