
Crítica Os enforcados// QUATRO ESTRELAS
Dirigido por Fernando Coimbra, Os Enforcados chega aos cinemas esta semana. O casal Regina e Valério, interpretados por Leandra Leal e Irandhir Santos, vive uma vida de luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Com uma crise financeira aparecendo, os dois decidem, por meio de uma leitura de tarot, tomar uma decisão arriscada para voltar ao eixo financeiramente. A família de Valério tem um império do jogo do bicho na cidade e seu tio deseja que o sobrinho tome conta dos negócios.
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Na dualidade entre fugir do crime e se aprofundar mais ainda, o casal, que não consegue lidar com a ideia de ficar sem dinheiro, decide matar o tio para dominar o império construído e vender tudo, mas, a partir desse movimento, tudo desanda na vida de ambos. O longa é inspirado na tragédia de Shakespeare, Macbeth, e explora traições, ganância com o universo do jogo do bicho como plano de fundo para a trama.
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Leandra Leal, que já havia sido protagonista de O lobo atrás da porta, filme também dirigido por Fernando Coimbra, é o maior destaque do filme. Regina é imprevisível e a atuação de Leandra encaixa com a dualidade vivida pela personagem que não deixa claro se está perdendo a cabeça ou construindo uma estratégia. Enquanto Valério não tem o perfil de um mafioso e parece estar sempre tentando sustentar essa posição, Regina percorre perfeitamente esse meio.
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O cenário do jogo do bicho não é muito explorado na narrativa, serve mais para apresentar personagens com características de mafiosos. O império construído pela família também é ligado a uma escola de samba e as cenas que envolvem o gênero ficam um pouco soltas na narrativa. Os Enforcados, em alguns momentos, cria diversas tramas e se perde tentando solucioná-las, mas sem destruir a força fílmica presente em uma boa fotografia e roteirização.
Apesar de estar em um cenário criminoso, com perseguições, sequestros e mortes, o filme consegue trazer a comédia na medida certa. Sem perder a intensidade, a própria Regina é, muitas vezes, o alívio cômico das cenas, mesmo sendo a personagem mais forte da narrativa. As interações de Leandra Leal com Irene Ravache, que interpreta sua mãe, trazem essa comicidade para o longa.
Em um filme tenso e divertido, Os Enforcados explora o crime, a ganância e até onde os personagens vão para tentar escapar de uma realidade onde já estão inseridos demais. Muito bem finalizado, o longa é mais uma ótima produção nacional realizada este ano.
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