GASTRONOMIA

Casas tradicionais da capital reúnem os sabores de todas as regiões

Parmegiana, frutos do mar e carne de sol estão na lista de pratos que remetem aos sabores de Brasília. O Correio selecionou opções diversas de preparos que representam a gastronomia brasiliense

Ravioli ao limão da Casa Baco -  (crédito: Divulgação)
Ravioli ao limão da Casa Baco - (crédito: Divulgação)

Brasília reúne paladares de todos os cantos do país e essa mistura está espalhada nos restaurantes da cidade. Com casas tradicionais, como Beirute e Dom Francisco, e espaços mais recentes, como Casa Baco e Sallva, a culinária brasiliense reúne elementos diversos e explora uma gastronomia que busca agradar um povo diverso.

Para Gil Guimarães, chef da Casa Baco e da Baco Pizzaria, o que define a capital é a diversidade. “Uma cidade jovem, uma cidade que está em plena ebulição e procurando ainda o seu caminho. Mas a gente sabe que o caminho vai estar ligado ao Cerrado e à cozinha brasileira. E os ingredientes brasileiros, afinal de contas, a gente é a capital do país. Mas nunca a gente vai esquecer que sendo capital do país a gente tem pessoas de fora do Brasil que influenciam também as nossas decisões, as nossas mesas e as nossas ideias”, comenta.

Seja na parmegiana do Beirute, seja na picanha do Dom Francisco, seja no joelho de porco do Amigão, a capital oferece opções para todos os gostos. “Acredito que a gastronomia de Brasília é tão eclética quanto a formação das pessoas que moram aqui! Amamos sushi, carne de sol, churrasco, feijoada, galinhada… aqui todas as matérias primas dos biomas brasileiros são bem-vindas”, destaca a chef do Sallva, Fabi Pinheiro.


Tradição recente

Iniciada em 2020, duas semanas antes da pandemia, a Casa Baco já é amada pelos brasilienses, apesar de ser recente na cidade. Comandada pelo chef mineiro Gil Guimarães, o restaurante busca trazer uma culinária que valorize as raízes e produtos do cerrado. “Estamos no Planalto Central, no meio do Cerrado, mas somos muito influenciados pelas pessoas que vieram de fora”, comenta o chef que utiliza muitos produtos do norte como tucupi e feijão manteiga e do Nordeste como carne de sol e umbu.

Para representar Brasília, o chef sugere o Ravioli ao limão (R$ 84), massa recheada com ricota de búfala, compota de cajuzinho do cerrado e castanha de baru ao creme de limão cravo e presunto cru italiano. Gil também comenta que a carne de sol é um prato típico da capital e a Casa Baco faz a Carne de Sol Black Angus (R$ 148).

A casa também apresenta pratos que homenageiam chefes da capital. “Nós temos um bolinho de canjiquinha que homenageia a mãe da chef Mara Alcamim, uma receita que ela, carinhosamente, passou para gente e temos a receita de cupim do Francisco Ansiliero, que eles nos ensinou e serve como homenagem”, destaca Gil Guimarães.

Experiência de churrasco

Inaugurado no dia 22 de julho de 1988, o Dom Francisco surgiu para abraçar aqueles que gostam de se reunir com os amigos. Para o chef Francisco Ansiliero, era comum aos brasilienses estar próximos dos amigos para um bom churrasco. “Isso é a cara da capital”, afirma.

Como sugestão, o chef destaca a picanha, servida na casa de forma individual (R$ 154) ou para duas pessoas (R$ 299). “Quando pesquisei para abrir o restaurante, vi que os brasilienses queriam carnes grelhadas e a picanha é a cara de Brasília”, comenta Francisco. Para acompanhar, o chef afirma que um vinho tinto é a melhor opção e seleciona o vinho Croqui Corte Malbec/Syrah (R$ 175) da vinícola Brasília.

Clássico da Asa Sul

Desde os anos 1980, o Amigão se afirma na cidade como um bar com cerveja gelada e ótimos petiscos. Com a chef Marta Shimamoto, desde a inauguração, o espaço é um clássico na capital e já completou quatro gerações de frequentadores na 506 Sul.

O sócio, Pedro Arake, destaca que um dos pratos referência da casa é o joelho de porco (R$ 149,50), o preferido dos clientes. "Generosamente servido com batatas sauté e a pele deliciosamente à pururuca, sempre acompanhado de uma bela cerveja estupidamente gelada, serve até três pessoas de bom apetite. Aliás, todos os pratos do Amigão são muitíssimo bem servidos. Bem acima da média", comenta Pedro.

O sócio comenta que o Amigão é o botequim do coração dos brasilienses. "Temos fregueses de todos os lugares, até de fora do Distrito Federal. De bancários a diretores de banco, passando por empresários e deputados. Funcionários aposentados e ativos; a clientela é bem diversificada. Até por essa diversidade de origem, etária, profissional, o Amigão retrata bem o que é Brasília, de tanta gente diferente que se encontra aqui", enfatiza Pedro Arake.


Gastronomia com uma bela vista

Localizado no Pontão do Lago Sul, o Sallva oferece uma boa culinária com uma paisagem às margens do Lago Paranoá. Completando nove anos este ano, a chef brasiliense Fabi Pinheiro destaca que a casa mistura a culinária italiana e brasileira. Os nossos preparos são feitos artesanalmente seguindo os princípios da culinária mediterrânea e com técnicas da nova cozinha contemporânea. Contamos histórias com cada preparo”, comenta Fabi. Com montagem que remete à Catedral de Oscar Niemeyer, o prato sugerido é feito com camarões empanados e fritos servidos com risoto al pesto (R$ 185), arroz cremoso à base de manjericão, azeite, queijo grana padano e nozes.

Memória afetiva

Fundado em 1966, o Beirute estabeleceu uma profunda conexão afetiva com Brasília. Conhecido pela culinária árabe e pratos para compartilhar, a casa atende a famílias brasilienses e é passada de pai para filho. Francisco Emilio, filho de Francisco Marinho, comanda a unidade da Asa Norte. Para ele, o prato que representa a cidade é o filé à parmegiana, que tem três versões: para duas ou três pessoas (R$ 172,60), o individual (R$ 86,90) e o executivo, disponível durante a semana no valor de R$ 57,50. “O carinho dos brasilienses por esse prato pode ser atribuído à sua conexão com a cultura local, além da nostalgia que muitos sentem ao degustar algo que faz parte de suas memórias e experiências em família e entre amigos”, destaca o dono.

Onde comer?


Amigão
CRS 506
De segunda a sexta, das 11h às 21h30
Sábado, das 11h às 18h

Beirute
CLS 109, bloco A1, loja 2/4
De segunda a sábado, das 11h às 01h
Domingo, das 11h às 22h

CLN 107, bloco D, loja 1
De segunda a sábado, das 11h às 01h
Domingo, das 11h às 22h

Casa Baco
Shopping Casa Park (SGCV,lote 22, loja 105)
De segunda a quarta, das 12h às 15h30 e das 18h às 23h30
Quinta, das 12h às 23h30
Sexta, das 12h às 16h e das das 18h às 23h30
Sábado, das 12h às 23h
Domingo, das 12h às 23h30

Dom Francisco
CLS 402, bloco B, lojas 9 a 15
De segunda a sexta, das 11h30 às 15h30 e das 19h às 00h
Sábado, das 11h30 às 00h
Domingo das 11h30 às 17h

St. de Clubes Esportivos Sul, trecho 2, conjunto 31
De segunda a sábado, das 12h às 23h
Domingo, das 12h às 17h

Sallva
Pontão do Lago Sul
De segunda a quinta, das 11h às 00h
Sexta e sábado, das 11h às 01h
Domingo, das 11h às 00h

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postado em 22/08/2025 06:00
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