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Ode a Bossa Nova: espetáculo no Teatro dos Bancários conta a história de Mario Reis

Espetáculo reconstitui a vida de Mario Reis, um dos precursores da Bossa Nova

Admirado por João Gilberto, Tom Jobim e outros grandes nomes da música brasileira, mas sem o reconhecimento mais amplo. É assim que Roger Mello, produtor e dramaturgo de Mario Reis, o musical, descreve o homenageado do espetáculo que chega ao Teatro dos Bancários, neste sábado e domingo (14/12), às 20h. "Prestigiar Mario Reis é, acima de tudo, prestigiar o samba, a música e a história do Brasil", diz Mello. Ingressos custam a partir de R$ 40 (meia). 

O musical, cuja montagem estreia em Brasília, reconstitui trechos da trajetória artística de Mario Reis, entre os anos de 1930 e 1980, além de demarcar o contexto de produção dos trabalhos. "Mario revela um panorama sócio-político do nosso país", comenta Mello, que, na peça, interpreta o cantor carioca. Entre memórias, canções e delírios, o público é convidado a acompanhar o fluxo mental do artista nos últimos dias, com roteiro que mistura realidade e devaneio.

Os arranjos são de Tibor Fittel, e o elenco é composto pela soprano brasiliense Ariadna Moreira, Renata Menezes, clarinetista, Enrique Sanchez, trompetista, Rebecca Pacheco, Larissa Lopes e Nathália Marques, percussionistas. Quem assina a direção de arte é Cássio Brasil.

Roger Mello conheceu canções de Mario Reis na infância, com o pai. "Não sabia ainda a dimensão que tinha este grande artista. A inventividade, o compromisso com a arte no seu caráter mais experimental, a personalidade única, múltipla." Para o dramaturgo, aspectos da vida privada podem ter contribuído para o esquecimento da contribuição de Reis para a cultura do país.  

Mario Reis teve parcerias musicais com Carmen Miranda, Francisco Alves e Noel Rosa. Ainda na década de 1930, Reis antecipou elementos da bossa nova. "Ele cantava de maneira confessional, próximo ao recém-chegado microfone elétrico. Se hoje em dia cantores e cantoras têm mais ênfase na interpretação e menos na emissão virtuosa, em favor da inteireza da nota, devemos isso a ele", comenta Roger Mello. 

*Estagiário sob supervisão de Severino Francisco

 


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