
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) publicou uma nota, nesta segunda-feira (23/6), em que alerta para riscos de encarecimento dos preços do petróleo no mercado internacional com a escalada das tensões no Oriente Médio. Segundo a entidade, a elevação dos custos de produção pode desencadear em impactos para derivados e outras indústrias a curto prazo.
“Estamos preocupados pelo preço do petróleo e, também, pelos impactos que o fechamento do Estreito de Ormuz pode ter em outras cadeias de produção”, destaca Karine Fragoso, gerente geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da federação, sobre o possível bloqueio do Estreito de Ormuz, por parte do Irã.
A rota de Ormuz, localizada no Golfo Pérsico, que divide o Irã da Península Arábica, é uma das principais vias de acesso do petróleo no mundo. A maior parte da commodity que atravessa o estreito tem como destino os países da Ásia, como China e Índia. Além disso, cerca de um terço de todo o petróleo comercializado no mundo atravessa a região.
No último domingo (22), o parlamento iraniano aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, de acordo com informações da mídia local. Mesmo com a aprovação, a medida ainda deve passar pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, para entrar em vigor.
Cenário devastador
Na visão da Firjan, um possível bloqueio dessa passagem pode intensificar um cenário de preços altos no mercado de energia global, que busca cada vez mais o uso de fontes renováveis. Segundo a entidade, o Brasil pode ser atingido pela alta de preços em virtude de ser um grande importador de equipamentos, o que levaria a uma redução da oferta de energia.
Nesse contexto, a federação destaca ser necessário o aumento da capacidade das reservas de petróleo no país e defende a exploração da commodity na Margem Equatorial, no norte do país, e na Bacia de Pelotas, no sul.
“Isso joga luz sobre quão importante é a recomposição das nossas reservas. De acordo com o Anuário do Petróleo no Rio 2025, publicação lançada recentemente pela Firjan, temos menos de 13 anos, o que nos acrescenta riscos desnecessários e nos coloca numa posição de desvantagem frente a outras economias”, afirma Fragoso.
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A gerente geral ainda destaca que é fundamental aumentar a capacidade de refino no país, com novos investimentos no parque industrial, que, como frisa a Firjan, remonta à década de 1980. Também cita a tentativa de avançar em uma regulamentação que incentive o aumento de produção em campos maduros, como os da Bacia de Campos, localizada entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
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