
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciará hoje o Plano Safra 2025/2026 da agricultura empresarial, com valores que devem superar os R$ 500 bilhões, conforme pleiteou o setor. Embora seja um recorde, o pacote não agrada de todo o agro, uma vez que as taxas de juros poderão chegar a 14% ao ano, conforme Lula mesmo indicou ontem.
Prevendo que ouvirá as queixas, o presidente se antecipou a explicar, no lançamento do Plano Safra da agricultura familiar, que a política monetária do Banco Central não permitiu a oferta de taxas menores, mas frisou que elas estão baixas, tanto para o pequeno agricultor, quanto para o grande. "Se você for olhar a agricultura empresarial, as pessoas se queixam: 'mas a taxa de juros está muito cara'. Pois bem, se você pegar um juro a 14% ao ano e descontar 5% da inflação, esse juro vai ser 9%. Está longe de ser a taxa Selic. Então, é importante que a gente aprenda a falar essas coisas para as pessoas se darem conta de que os nossos bancos estão fazendo coisas que historicamente não se fazia neste país", afirmou Lula.
Ao comentar as taxas de financiamento oferecidas pelo governo ao pequeno produtor, Lula destacou que os juros de 3% e 2,5% previstos no programa são, na prática, negativos, quando comparados à inflação. "Se a inflação está em 5%, e o juro é de 3%, então é menos que juro zero. E é isso que a gente quer: apoiar quem produz comida."
"Eu gostaria que todos os juros fossem zero, mas isso ainda não depende da nossa política econômica, que não tem muito a ver com a taxação de juros", declarou Lula, para depois tecer elogios ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que, na última reunião do Comitê de Política Monetária, elevou a Selic para 15% ao ano. "O Galípolo é um presidente muito sério, e eu tenho certeza de que as coisas vão ser corrigidas com o passar do tempo", disse.
Pronaf
O Plano Safra da agricultura familiar prevê R$ 89 bilhões em crédito com juros subsidiados e incentivos à agroecologia, à mecanização sustentável e à inclusão de mulheres no campo. Do total, R$ 78,2 bilhões são do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Está mantida a taxa de 3% para financiar a produção de alimentos, como arroz, feijão, mandioca, frutas, verduras, ovos e leite — caindo para 2% quando o cultivo for orgânico ou agroecológico. Essa estratégia, adotada nos últimos dois planos safras da agricultura familiar, resultou no aumento dos financiamentos para produtos da cesta básica, gerando renda no campo e garantindo preços mais justos.
"Nós queremos que todo agricultor possa ter dignidade, possa ter conforto no trabalho no campo, para produzir alimentos para colocar nas mesas do povo brasileiro", apontou Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. O limite para a compra de máquinas e equipamentos menores foi ampliado de R$ 50 mil para R$ 100 mil.
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