Agro

Governo anuncia medidas para reestruturar dívidas de produtores rurais do RS

Pacote prevê prorrogação de débitos, renegociação individualizada e crédito com juros reduzidos para recuperação de áreas degradadas no estado

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Fávaro: "Queremos garantir tranquilidade para que esses produtores voltem a produzir" - (crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou nesta quinta-feira (3/7) um pacote de medidas emergenciais para os produtores rurais do Rio Grande do Sul, que enfrentaram perdas provocadas por eventos climáticos extremos nos últimos anos. Dívidas de custeio vencidas em 2025 poderão ser prorrogadas por até três anos.

O estado enfrenta dificuldades desde 2022, alternando entre secas severas e enchentes que afetaram a produção agropecuária. “É uma situação excepcional e o governo reconhece isso. Por isso, já autorizamos a prorrogação automática para todos os produtores afetados”, afirmou Fávaro entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da EBC. Para financiamentos de investimento, as parcelas de 2025 serão jogadas para o fim do contrato.

Além disso, o governo federal criou um grupo de trabalho com a participação do Ministério da Fazenda, do governo gaúcho e de entidades do setor produtivo para negociar a repactuação de dívidas em casos específicos. A proposta é construir soluções personalizadas para quem está em maior dificuldade financeira. “Queremos garantir tranquilidade para que esses produtores voltem a produzir”, disse o ministro.

Fávaro também destacou a importância da adoção de tecnologias para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Entre os programas citados está o 365 da Embrapa, voltado à recuperação de solos degradados com práticas sustentáveis. O objetivo é melhorar a resiliência das lavouras diante de períodos de estiagem ou excesso de chuvas.

Uma das apostas do governo é o AgroInvest, programa voltado à recuperação de áreas produtivas, com recursos internacionais, BNDES e equalização de juros. “É possível acessar até R$ 10 bilhões com juros entre 8,5% e 9% ao ano. Um juro que hoje é competitivo”, apontou Fávaro. O programa já acumula R$ 21 bilhões em operações nos últimos três anos.

O ministro reforçou que o Plano Safra também prevê R$ 7 bilhões com as menores taxas do programa para a recuperação de pastagens e outras áreas degradadas. “É um esforço nacional para garantir sustentabilidade e produtividade ao mesmo tempo. O Rio Grande do Sul vai sair dessa crise com apoio e com planejamento”, concluiu.

*Estagiária sob a supervisão de Rafaela Gonçalves 

postado em 03/07/2025 17:59
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