
O Ibovespa chegou ao meio da semana em baixa pela terceira sessão, devolvendo mais dois degraus na escalada que o havia levado, na sexta-feira passada, ao recorde de 141 mil pontos. Após ter fechado na terça-feira aos 139 mil, o índice da B3 recuou, nesta quarta-feira (09), 1,31%, pressionado em especial a partir do meio da tarde por novos sinais protecionistas do presidente Donald Trump, inclusive ao Brasil. O Dólar subiu 1,04%, para R$ 5,502, e o dólar futuro para agostou aumentou para R$ 5,611, variando 2,30%.
No fechamento de ontem, o Ibovespa mostrava perda de 1,31%, aos 137.480,79 pontos, menor nível desde 27 de junho. Depois do fechamento do índice à vista, o Ibovespa futuro mostrava perda ainda maior, na casa de 2,5%, com a divulgação de carta emitida pelo presidente Trump em que não apenas volta a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro do que, segundo ele, seria uma "caça às bruxas" movida pelas instituições brasileiras, como também impõe uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros que chegam aos Estados Unidos.
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Mais cedo, em desdobramento já negativo para a percepção de risco, especialmente para emergentes como o Brasil, Trump afirmou que mais cartas sobre tarifas seriam enviadas a parceiros comerciais. Ele reiterou, contudo, que tem uma boa relação com o presidente da China, Xi Jinping, e que o país já está pagando muitas tarifas para os EUA. Os comentários foram feitos em coletiva durante almoço com líderes africanos na Casa Branca.
Antes, Trump havia anunciado alíquota tarifária de 30% para o Sri Lanka, um pequeno país insular do Oceano Índico. Foi o sétimo a receber a carta sobre tarifas apenas nesta quarta-feira Ele anunciou ainda tarifas para Argélia, Filipinas, Líbia, Iraque, Moldávia e Brunei. Outros 14 países, entre os quais o Japão e a Coreia do Sul, grandes parceiros dos Estados Unidos, também já foram notificados sobre as alíquotas.
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Em Nova York, os principais índices acionários fecharam o dia com ganhos entre 0,49% (Dow Jones) e 0,94% (Nasdaq) na sessão. Na B3, além de Braskem, destaque neta quarta-feira para Vamos (+2,31%) e BRF (+1,67%). No campo oposto, PetroReconcavo (-5,36%), Marfrig (-4,73%) e CVC (-4,51%).
Juros futuros
Os juros futuros percorreram a segunda etapa do pregão em alta, movimento mais modesto se comparado à deterioração dos demais ativos locais, mas que ganhou fôlego no fim da sessão. A tarifa comercial de 50% para o Brasil anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, fez os vencimentos a partir de 2028 renovarem máximas intradia.
Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 oscilou a 14,930%, vindo de 14,923% no ajuste anterior. O DI de janeiro de 2027 passou de 14,175% no ajuste da véspera para 14,270%. O vértice de janeiro de 2028 marcou 13,595%, de 13,419% no ajuste antecedente, e o DI de janeiro de 2029 aumentou de 13,304% no ajuste de terça-feira para 13,485%.
No mesmo horário, os juros dos Treasuries recuavam em todos os vencimentos, em reação à publicação da ata de política monetária do Federal Reserve (Fed). "Agora o mercado não discute muito a necessidade de cortes de juros nos EUA. A questão é mais quando os cortes começam, e quantos serão", afirmou Flávio Serrano, economista-chefe do banco BMG. O ciclo de flexibilização monetária americano é um fator decisivo para que o BC brasileiro possa fazer o mesmo.
Para Tiago Hansen, diretor de gestão e economista da Alphawave Capital, a ofensiva tarifária de Trump foi o principal fator que afetou a curva brasileira ontem. "O estresse maior está no dólar", ponderou.
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