
No dia seguinte ao anúncio das medidas de combate aos impactos ocasionados pelo tarifaço no Brasil, o dólar registrou a segunda valorização consecutiva ante o real no pregão de ontem. Ao final da sessão, a moeda norte-americana acumulou avanço de 0,32%, cotado a R$ 5,41. Os dois dias de alta vêm logo após o câmbio registrar o menor valor desde junho do ano passado.
O Índice DXY, que mede a força da moeda norte-americana ante as principais divisas do mundo, também avançou, com crescimento de 0,37% ao final do dia. O movimento de valorização global do dólar tem uma explicação externa: os dados de inflação nos Estados Unidos. Em julho, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA subiu mais do que o esperado (0,9%) no mês, e 3,7% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o resultado eleva os sinais de pressão inflacionária da economia norte-americana. "O dado sugere que parte da alta pode refletir o impacto das tarifas impostas pelo governo Trump sobre produtos importados, alimentando expectativas de que o Federal Reserve realize apenas um corte de juros neste ano, possivelmente em setembro, reduzindo as chances de afrouxamento adicional em 2025", explica o especialista, que acredita que esse quadro fortaleceu o dólar em relação às moedas emergentes no pregão de ontem, inclusive na comparação com o real.
Ao mesmo tempo, no Brasil, o mercado ainda digere com cautela o plano do governo federal para socorrer as empresas afetadas com o tarifaço de Donald Trump. No geral, o sentimento do setor produtivo é positivo, sobretudo por meio de declarações de entidades que representam setores afetados e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que acredita que a medida deve causar benefícios a curto prazo.
Na bolsa de valores, as principais ações registraram queda ao final do dia. Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) recuaram 1,24% e 1,28%, respectivamente, enquanto que os papeis do Bradesco (BBDC4) apresentaram retração de 0,74%. Por outro lado, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) dispararam 2,96%, antes da instituição financeira divulgar o resultado do segundo trimestre deste ano, quando teve lucro de R$ 3,8 bilhões, com queda de 60% ante o mesmo período de 2024. Diante disso, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) caiu 0,24%, aos 136.355 pontos, ontem.
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