SUMMIT REFORMA TRIBUTÁRIA

Presidente da ABFintechs acredita que MP que compensa IOF penaliza startups

Diego Perez ainda rebateu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e disse que setor representa a "garagem" e não o "andar de cima"

"A dinâmica das fintechs é exatamente a mesma, só que com foco em produtos e serviços financeiros", destacou Perez - (crédito: Ed Alves CB/DA Press)

O presidente da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), Diego Perez, criticou a Medida Provisória (MP) 1.303/2025, que estabelece, além de outras pautas, o aumento da tributação dessas instituições financeiras. O texto institui a cobrança de alíquotas de 15% ou 20% de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para essas startups – as mesmas honradas pelos bancos tradicionais – ao passo que, anteriormente, as taxas variavam entre 9% e 20%.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende que a medida impacta apenas o “andar de cima” ou a “cobertura” do prédio, fazendo referência aos setores mais ricos. Apesar disso, o presidente da associação rebate a posição de Haddad e considera que as startups e as fintechs representam a “garagem” deste edifício.

“Porque esse tipo de empresa, são empresas de tecnologia, geralmente ela nasce da ideia de duas, três pessoas que se encontram com um propósito em comum e desenvolvem um modelo de negócio disruptivo com uso intensivo de tecnologia. A dinâmica das fintechs é exatamente a mesma, só que com foco em produtos e serviços financeiros”, destacou Perez.

A declaração do presidente da ABFintechs ocorreu nesta terça-feira (19/8), durante o evento Reforma Tributária: regulamentação e competitividade no setor de comércio e serviços e o futuro das fintechs no novo cenário, realizado pela Unecs e pela Frente Parlamentar do Comércio e Serviços (FCS), em parceria com o Correio.

Perez ainda citou exemplos de funcionalidades que são operadas por meio de fintechs, como os aplicativos de abastecimento em postos de combustível e a emissão de cartões para compra em dólares a cotações menores. Nesse contexto, ele frisou que as fintechs devem ser estimuladas a investir em inovações, com um diferencial competitivo em relação às instituições financeiras tradicionais.

Também pontuou que há empresas bem sucedidas que têm dificuldade para abrir capital no país e tiveram que ser listadas na Bolsa de Nova York, por não ter abertura suficiente na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. “Pouquíssimas fintechs são listadas na bolsa brasileira. A gente tem mais fintechs brasileiras listadas na Flórida do que na bolsa brasileira”, ressaltou.

“Então são essas inconsistências, essas incongruências, essas assimetrias que a gente precisa corrigir. A gente precisa valorizar quem está entregando o resultado. A gente não pode punir quem está fazendo o uso da inovação para entregar novos produtos, novos serviços que o brasileiro quer consumir, que ele precisa consumir. Que ele tem como fazer isso acontecer”, acrescentou o presidente da entidade.

  • Google Discover Icon
postado em 19/08/2025 21:34
x