
São Paulo — O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a demonstrar otimismo com o fato de que o tarifaço dos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros não tende a durar muito tempo, especialmente, porque encarece o custo de produtos que o norte-americano consome normalmente. Para ele, os EUA deram um tiro no pé, pois a crise política entre os dois países foi “artificialmente criada”.
“A economia norte-americana deu um tiro no pé. Não faz sentido pagar mais caro pela carne e o café, por exemplo”, afirmou Haddad, nesta segunda-feira (29/9), no evento Macrovision 2025, do Itaú BBA, em São Paulo. “Não faz sentido essa animosidade artificialmente criada”, acrescentou.
Para o chefe da equipe econômica, o tarifaço dos EUA, que entrou em vigor desde o início de agosto, não vai se estender. “O bom senso vai prevalecer. O presidente Lula não fez nenhum discurso de animosidade na Organização das Nações Unidas (ONU), e não usou a Lei de Reciprocidade aprovada, inclusive, pelo PL. Estamos sendo cuidadosos e caminhando com dignidade na negociação”, enfatizou.
O ministro contou que alguns países chegaram a declarar preferências eleitorais, mas o fato é que o governo brasileiro é democrático, comentou, em referência à campanha contra o Brasil feita pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos para tentar favorecer o pai, Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente foi condenado recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da trama golpista. “Não temos um autocrata, mas um democrata no poder”, frisou.
Eleições
Haddad participou da abertura do evento em São Paulo e, ao ser questionado pelo economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, sobre os planos políticos dele para 2026, o ministro disse que não tem planos eleitorais e fez questão de afirmar que estar à frente da pasta da Fazenda não é o pior emprego do mundo. “Eu não trabalho muito com esse conceito”, disse.
O ministro ainda foi taxativo ao afirmar que não tem intenção de ser candidato no ano que vem. “Tenho tempo de planejar a minha vida futura”, acrescentou.
Ao fim da abertura, em entrevista aos jornalistas, ele reforçou que o presidente Lula ainda não definiu como será a campanha de 2026. “Eu ainda vou conversar com o presidente Lula sobre isso. Ele é o candidato, ele que vai compor seu gabinete. Vamos aguardar”, afirmou.
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