
O deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), titular da Comissão Especial sobre Inteligência Artificial (IA), defendeu nesta terça-feira (30/9), no 3º Brasília Summit: Inovação, tecnologia e data centers, evento realizado pelo Lide e pelo Correio Braziliense, que o Brasil precisa tratar a regulação da inteligência artificial (IA) como um tema estratégico de Estado.
Durante sua participação em painel sobre inovação e futuro digital, ele destacou que a IA já deixou de ser uma questão futurista e hoje impacta diretamente diversos setores da economia e da vida social. “Quando o texto do marco regulatório chegou à Câmara, já tínhamos a inteligência artificial generativa, que muda completamente a visão que se tinha no início das discussões. Isso mostra a velocidade com que essa revolução avança”, afirmou.
Aguinaldo lembrou que as primeiras discussões no Senado sobre o tema ocorreram antes da popularização de ferramentas generativas e que esse avanço exige um olhar atualizado por parte do Parlamento. Para ele, a sociedade já se tornou “híbrida”, em que as fronteiras entre o humano e o tecnológico são cada vez menos nítidas.
Segundo o deputado, a transformação em curso é comparável a uma nova revolução industrial, que redefine empregos, setores produtivos e até mesmo as relações sociais. Ele citou mudanças já visíveis em áreas como saúde, educação e mercado financeiro. “Nós já temos humanoides, sistemas autônomos e aplicações que não são mais projeções de futuro, mas realidade do dia a dia”, observou.
Marco regulatório
Aguinaldo também relatou experiências de parlamentares brasileiros em missão no Vale do Silício, nos Estados Unidos, onde foi possível acompanhar de perto a aplicação de novas tecnologias. “A gente sai meio assombrado com o que está acontecendo”, disse, ressaltando que a revolução tecnológica ocorrerá independentemente da velocidade da regulação.
Para ele, o grande desafio é garantir que o marco regulatório de IA seja capaz de proteger o cidadão, atrair investimentos e, ao mesmo tempo, preservar a soberania nacional. “Não se trata apenas de uma decisão de governo, mas de uma decisão estratégica de país. Infelizmente, vivemos em um ambiente político que discute pouco o futuro e se prende a temas periféricos”, criticou.
O deputado federal concluiu sua participação destacando a necessidade de o Brasil se posicionar como ator relevante na revolução tecnológica global, criando condições para reter talentos e estimular empresas de ponta em território nacional. “Espero que possamos entregar ainda este ano uma regulação que projete o Brasil como protagonista nesse cenário de transformação social e tecnológica”, enfatizou.
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