O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, recebeu, nesta sexta-feira, a alta representante da União Europeia para Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, no Palácio Itamaraty, para discutir a assinatura do acordo comercial entre Mercosul e UE. O encontro, que marca a primeira visita de Kallas à América Latina desde que assumiu o cargo em dezembro de 2024, teve como foco principal acelerar a assinatura do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. "A negociação do acordo foi concluída, falta agora só a assinatura", disse Mauro Vieira em entrevista coletiva após a reunião com a representante da UE.
O chanceler explicou que apenas o lado europeu tem de assinar o tratado, já que a UE aguarda a conclusão do debate interno no Conselho Europeu. "Para que haja a assinatura, é necessário que o acordo seja traduzido em todas as línguas dos países da União Europeia, seja submetido ao Conselho Europeu para discussão do conteúdo, o que está ocorrendo neste momento", detalhou o ministro. No início de setembro, os 27 países-membros da UE receberam o texto do acordo.
A apresentação formal do acordo entre os blocos também será acompanhada por uma minuta que, após a revisão jurídica do tratado, autoriza a assinatura do acordo.
Ganha-ganha
Segundo dados do Itamaraty, juntos, Mercosul e UE reúnem cerca de 718 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente US$ 22 trilhões. A UE já é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, com uma corrente de comércio bilateral que atingiu US$ 95,5 bilhões em 2024, crescimento de 4,2% em relação ao ano anterior, garantindo um superávit de US$ 1 bilhão para o Brasil.
"Reiterei que a parceria do Mercosul com o bloco europeu adquire importância mais premente face às atuais ameaças ao sistema internacional de comércio", destacou Vieira, em referência às políticas protecionistas que se intensificaram globalmente e sobretudo ao tarifaço de 50% anunciado pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
Assim como o Brasil, a Europa também é alvo de políticas protecionistas dos EUA. Produtos europeus chegam aos EUA com a sobretaxa de 15%.
Para o professor de Relações Internacionais do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) Alexandre Andreatta a visita representa um marco estratégico. Ele destacou o “timing” das negociações e apontou para o contexto geopolítico favorável à relação bilateral entre os blocos. "O Brasil sofreu as tarifas dos Estados Unidos, assim como a Europa também sofreu, mas, evidentemente, o caso europeu é outro. O Brasil está buscando compensações e buscando outros parceiros comerciais, e a União Europeia vê isso como uma grande oportunidade", disse.
Presidência brasileira
O Itamaraty publicou nesta sexta-feira (19) que o acordo deve ser assinado até dezembro deste ano, durante a presidência temporária do Brasil no Mercosul.
Antes do encontro no Itamaraty, Vieira e Kallas estiveram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, onde também discutiram o acordo. "Discutiu junto de Kallas pautas como a defesa do multilateralismo, que se torna mais significativo no cenário atual mundial", relatou o ministro.
O encontro desta sexta-feira reforça a determinação de ambos os blocos em finalizar um acordo negociado há mais de duas décadas, que promete redefinir o comércio internacional e fortalecer os laços entre duas das maiores economias mundiais em um cenário de crescente protecionismo global.
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