Brasília Summit

Mulheres não podiam ter CPF sem autorização, diz secretária de Justiça

Marcela Passamani discursou na abertura do 4º Brasília Summit Lide - Correio Braziliense, realizado no Brasília Palace Hotel, que debateu a presença das mulheres em cargos de liderança

A secretária de Justiça e Cidadania do Distrito Federal, Marcela Passamani, destacou, nesta terça-feira (11/11), que, até pouco tempo atrás, as mulheres não podiam ter Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou fazer compras a prazo sem autorização dos maridos. Ela mencionou essa situação para ressaltar os desafios que elas enfrentam em cargos de alta performance. Marcela Passamani discursou na abertura do 4º Brasília Summit Lide — Correio Braziliense, realizado no Brasília Palace Hotel, que debateu justamente a presença das mulheres em cargos de liderança.

"Há pouco tempo, nós tínhamos, com nossos avós, nossas mães, uma sociedade que permitia que, por uma questão de ‘mulher recatada e do lar’, deveria apanhar do seu marido. Até 1962, nós tínhamos mulheres que não poderiam ter CPF nem fazer suas compras a prazo sem a autorização do seu esposo", disse a secretária.

“Com um longo processo, as mulheres vêm desenvolvendo e avançando no seu protagonismo, numa sociedade onde a mulher foi ensinada a cuidar, foi ensinada que ela deve servir para além da sua própria satisfação e felicidade”, acrescentou.

Apesar dos avanços, Passamani defendeu que é preciso pensar em como tornar a vida das filhas e netas ainda melhor. Ela pontuou os desafios que as mulheres enfrentam quando chegam em cargos de liderança e alta performance, como conciliar a responsabilidade com o trabalho e com a família, e o cuidado com a saúde.

"Paralelo a todo esse avanço, existe uma preocupação também com as crianças e a nova geração, que precisa ser cuidada, e que precisa ser garantida para todas elas a possibilidade de um futuro próspero e de um país que cresce", disse a secretária.

"Nós tivemos, ao longo dos anos, uma postura feminina que precisava ser masculina na alta performance e na alta gestão. E, na era tecnológica, nós conseguimos ter a licença de saber que a saúde também é um sinal de sucesso", acrescentou.

Com o tema “Mulheres líderes”, esta edição do Brasília Summit reuniu mulheres que atuam em cargos de liderança, seja na gestão pública, seja na privada, para debater o cenário atual e o que pode ser feito para ampliar a inserção das mulheres nesse setor, reduzindo desigualdades históricas.

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