
Durante participação no CB.Debate: Os avanços do Nordeste, realizado nesta quinta-feira (4/12) pelo Correio Braziliense em parceria com o Banco do Nordeste (BNB), o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEPB), Cassiano Pereira, afirmou que o crescimento industrial da região convive com dificuldades para suprir funções básicas. Ele explicou que “a mão de obra realmente precisa ser avançada e melhorada, porque a escassez existe”, citando casos em que setores não conseguem atender demandas simples, como no município paraibano que, segundo ele, “já é a segunda cidade do Brasil em investimentos na área e mesmo assim o pedreiro está faltando”.
Pereira atribui parte desse cenário ao distanciamento dos jovens do mercado de trabalho e apontou a necessidade de ações conjuntas para revertê-lo. De acordo com ele, muitos estão “dentro de casa no celular jogando”, o que reduz o interesse por atividades produtivas e afeta diretamente a oferta de profissionais. O dirigente afirmou que “não existe trabalho sem empresa precisando evoluir” e reforçou que o fortalecimento da indústria depende da recomposição do quadro de qualificação, destacando o papel do Senai na formação técnica.
Representando também o Nordeste Forte, que reúne federações industriais da região, Pereira disse que a expansão recente é resultado de investimentos públicos e privados. Ele citou o processo de apresentação de projetos ao BNDES, quando “foram apresentados 128 bilhões e aprovados 113”, o que, em sua avaliação, demonstra a capacidade de entrega da indústria nordestina. O presidente lembrou ainda que esteve com o presidente francês Emmanuel Macron, a quem afirmou ter dito que, ao retornar ao Brasil, deveria visitar a Paraíba para conhecer “as águas quentes do Atlântico e a terapia do jacaré”, relato usado para simbolizar a mudança de percepção sobre o Nordeste.
Ao tratar da integração entre setores, o dirigente afirmou que o avanço agrícola da região é consequência direta da modernização industrial. Ele declarou que “o agro cresceu bastante porque tem inovação”, ressaltando que equipamentos, tecnologias e processos utilizados no campo são desenvolvidos pela indústria. Pereira avaliou que o discurso de concorrência entre regiões deve ser substituído pela ideia de que “é pelo Nordeste que o Brasil está crescendo”, defendendo uma abordagem nacional integrada.
Encerrando sua participação, o presidente da FIEPB voltou a destacar que o desafio central permanece na falta de trabalhadores preparados para a expansão em curso. Para ele, o setor industrial só continuará avançando se houver esforço conjunto de empresas, entidades de formação e governos para recompor a oferta de profissionais. “Tem trabalho, existe demanda”, afirmou, reforçando que a região precisa transformar seu potencial em resultados contínuos para consolidar o desenvolvimento econômico.
*Estagiária sob a supervisão de Terra Thais

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