CB.DEBATE

Pedro Lima defende que o Nordeste assuma protagonismo na energia sustentável

Secretário de Desenvolvimento Regional do Consórcio Nordeste afirma que desigualdades regionais dificultam expansão industrial baseada em energia limpa

Secretário destacou que 56 milhões de nordestinos foram, por décadas,
Secretário destacou que 56 milhões de nordestinos foram, por décadas, "relegados à condição de exército reserva de mão de obra" - (crédito: (crédito: Ed Alves/C.B/D.A Press))

O secretário de Desenvolvimento Regional do Consórcio Nordeste, Pedro Lima, disse que o país precisa reconhecer as desigualdades regionais para permitir que a região assuma papel estratégico na nova economia global durante participação no CB.Debate: Os avanços do Nordeste, realizado pelo Correio Braziliense em parceria com o Banco do Nordeste (BNB).

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Segundo ele, a região vive um momento marcado por transformações econômicas e pela demanda por cadeias produtivas sustentáveis. “O Nordeste tem um papel importante nisso, não só para o Brasil, mas para o mundo. Essa é uma oportunidade histórica e única para ser aproveitada, mas é importante destacar os obstáculos que enfrentamos”, enfatizou.

Lima argumentou que resistências em admitir assimetrias entre as regiões impedem o enfrentamento do problema. “Quando começa a surgir um discurso de não querer separar (regiões), eu me assusto porque quando apontamos as desigualdades, é porque estamos dispostos a enfrentá-las”, afirmou. 

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Ao citar os desequilíbrios históricos, o secretário destacou que 56 milhões de nordestinos foram, por décadas, “relegados à condição de exército reserva de mão de obra”. Ele também chamou atenção para a concentração da dívida estadual com a União. “Mais de 90% são de quatro estados do Centro-Sul. O Nordeste não nem representa 3%. Essa dívida foi o dinheiro do Brasil inteiro financiando a infraestrutura produtiva que foi localizada em alguns locais no Centro-Sul.”

Lima disse ainda que a região Nordeste reúne condições para atrair uma nova indústria baseada em energia limpa, mas enfrenta obstáculos estruturais. Ele destacou que o Nordeste gera quase 50 Gigawatts em energia solar e eólica, com mais de 90% da matriz renovável. Apesar disso, empresas têm enfrentado negativas de conexão por falta de investimento na rede elétrica. 

“O investimento na infraestrutura elétrica do Brasil não reflete o papel que o Nordeste tem nesse mercado. Hoje nós temos grandes consumidores de energia tentando se instalar no Nordeste e não podendo. A região tem a energia em excesso, mas não pode consumir porque não existe o gasto em infraestrutura”, explicou.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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postado em 04/12/2025 15:17 / atualizado em 04/12/2025 15:21
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