BANCO CENTRAL

"Não há portas fechadas", afirma Galípolo sobre alta ou queda da Selic

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, diz que prefere "recolher dados" para chegar na próxima reunião do Copom e tomar decisão, mas reconhece que comunicação indica que não há portas fechadas, tanto para aumento quanto para corte dos juros

"Não há portas fechadas", afirma Galípolo sobre comunicação do BC - (crédito: Ed Alves/C.B/D.A/Press)

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou, nesta quinta-feira (18/12), que a autoridade monetária não pretende dar um guidance (sinal) se pretende ou não começar a reduzir os juros em janeiro de 2026, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Contudo, disse que “não há portas fechadas” tanto para aumento quanto para queda da taxa básica da economia (Selic), atualmente em 15% ao ano, maior patamar desde julho de 2006.

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“Eu prefiro aguardar e recolher dados para chegar com mais dados na próxima reunião. Essa é a interpretação correta”, disse Galípolo, a jornalistas, durante a apresentação do Relatório de Política Monetária (RPM), documento produzido pelo BC trimestralmente e que substitui o Relatório de Inflação, ao comentar sobre o tom mais duro na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e o fato de alguns economistas ainda apostarem em queda de juros em janeiro.

“Não há portas fechadas”, acrescentou ele, em referência ao porquê da manutenção do trecho de que o Copom “não hesitará” em aumentar os juros se for necessário, mas também há a interpretação, segundo ele, para a abertura de queda dos juros. “A gente não fechou a porta na comunicação”, acrescentou. Para ele, essa é a estratégia “mais coerente” do BC e que manterá na condução da política monetária. 

Para ele, essa é a estratégia “mais coerente” do BC e que manterá na condução da política monetária. “Não decidimos o que vamos fazer em todas as reuniões. Vamos tomar a decisão ao longo desse ciclo”, ressaltou.

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillén, demonstrou mais otimismo com relação ao cenário doméstico ao comentar com os jornalistas o RPM. “O ambiente é incerto, mas menos incerto do que já foi”, afirmou.

Segundo ele, o conjunto dos indicadores segue apresentando, “conforme esperado”, trajetória de moderação no crescimento da atividade econômica, como observado na última divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), que apresentou crescimento de 0,1% no terceiro trimestre deste ano, confirmando o processo de desaceleração da atividade. Contudo, ele ressaltou que o mercado de trabalho “ainda mostra resiliência”.

De acordo com o diretor, contudo, o ambiente externo ainda continua incerto “em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais”. “Tal cenário exige cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica”, frisou.

Nas divulgações mais recentes do mercado, a inflação cheia e as medidas subjacentes seguiram apresentando algum arrefecimento, mas mantiveram-se acima da meta para a inflação, de 3%, de acordo com o diretor. Ele lembrou que as expectativas recentes do boletim Focus, lembrou ele, estão entre 4,4%, para este ano, e em 4,2%, para o próximo. O diretor destacou que as projeções “ainda não indicam desancoragem” e reforçou que as projeções do relatório indicam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vai convergir para o centro da meta a partir do primeiro trimestre de 2028.

Conforme dados do RPM, a autoridade monetária elevou de de 2% para 2,3% a previsão de crescimento do PIB deste ano e ajustou ligeiramente para cima, de 1,5% para 1,6%, a estimativa de alta do PIB de 2026.

Caso Master

Ao comentar sobre a liquidação do Banco Master e a convocação de diretores do BC pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para dar explicações, Galípolo afirmou que o BC estará à disposição do Supremo. “Tudo está devidamente documentado e estamos à disposição do Supremo para dar todo tipo de suporte no processo de investigação”, afirmou.

 

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postado em 18/12/2025 12:36 / atualizado em 18/12/2025 13:41
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