Obituário

Morre Pará, tricampeão candango pelo Defelê e pioneiro do futebol no DF

Alberto Marques Campos, o Pará, faleceu na madrugada desta sexta-feira e participou da série de três títulos consecutivos do Defelê no Candangão nas temporadas de 1960, 1961 e 1962

Alberto Marques Campos, o Pará (E) e Marcos Campos, um dos filhos do canhotinho do Defelê no tricampeonato de 1960 a 1962 -  (crédito: Arquivo Pessoal/arcos Campos)
Alberto Marques Campos, o Pará (E) e Marcos Campos, um dos filhos do canhotinho do Defelê no tricampeonato de 1960 a 1962 - (crédito: Arquivo Pessoal/arcos Campos)

O esporte candango está de luto. Morreu na madrugada desta sexta-feira, aos 88 anos, Alberto Marques Campos, o Pará, um dos pioneiros do futebol do Distrito Federal. Chamado carinhosamente de “craque das perninhas tortas” pelo filho Marcos Campos, pastor da igreja evangélica Batista Filadélfia, no Guará 2, o ex-jogador foi tricampeão do Distrito Federal por um dos times mais tradicionais da capital, o Defelê, de 1960 a 1962.

“Queridos amigos, irmãos, companheiros de jornada e líderes queridos, aprouve ao Eterno levar meu pai de volta para casa, após 88 anos nesta terra. O coração está dividido entre a saudade e o gozo de saber que ele está nos braços do Pai”, comunicou Marcos Campos na conta pessoal no Instagram na manhã desta sexta-feira. O sepultamento será hoje às 17h, no Campo da Esperança.

Pará fez parte de elencos históricos do Defelê ao lado de Matil, Zé Paulo, Osvaldo, Gavião, Bimba, Alonso Capella, Ely, Fino, Raimundinho, Matarazzo, Sabarazinho, Ely, entre outros talentos da época no período do início do futebol na então recém-fundada capital do país. Eles colecionaram troféus sob o comando dos técnicos Didi de Carvalho e Vanderlei Matos.

“Ele veio de Belém do Pará transferido pela Petrobras e aposentou-se na Companhia Energética de Brasília (CEB). Em Belém, ele jogou no Tuna Luso, no Clube do Remo e veio para cá cracão de bola. Trabalhou no antigo Defelê, Departamento de Força e Luz, órgão que cuidava da energia elétrica na capital federal e jogou nos anos 1960, quando o Defelê foi tricampeão brasiliense”, lembra o filho Marcos Campos.

Pará, quinto agachado da esquerda para a direita em uma das formações históricas do Defelê nos anos 1960
Pará, quinto agachado da esquerda para a direita em uma das formações históricas do Defelê nos anos 1960 (foto: Pará, quinto agachado da esquerda para a direita em uma das formações históricas do Defelê nos anos 1960)

“Ele fazia embaixadinha com uma laranja. Jogava de ponta esquerda e fazia o terceiro homem do meio de campo. Encontrei com ele uns anos atrás no Núcleo Bandeirante. Ele estava com a cabecinha branca”, lembra o ex-zagueiro Luciano Gomes, o Cabeção, ex-jogador de times do Distrito Federal à época como Gráfica e Grêmio Esportivo Brasiliense. 

Fundador e um dos ex-jogadores do Defelê, Wander Abdalla lembra de Pará. “Ele jogou comigo em 1960, 1961 e 1962. Moramos na Vila Planalto na época do acampamento. Falei com ele algumas vezes depois disso, mas perdemos contato. Era canhoto, tecnicamente muito bom. O titular da posição era o Raimundinho., mas ele entrava e jogava sempre. Conheci também o irmão dele, o Campos, que era um ponta direita muito bom de bola”.

MP
postado em 18/04/2025 16:19 / atualizado em 18/04/2025 16:32
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