
Ao deixar a Arena Paris Sul após a eliminação para os Estados Unidos nas quartas de final da última edição dos Jogos Olímpicos, Bernardinho sabia que a cobrança sobre ele e sobre a Seleção Brasileira masculina nunca mais seriam as mesmas. Aquele 5 de agosto de 2024 marcou a primeira despedida do líder sem medalha em uma edição de Jogos e ausência do país de disputa por pódio, o que não acontecia desde Sydney-2000. Os fatos reverberam neste 11 de junho, dia da estreia na Liga das Nações de Vôlei (VNL), contra o Irã, às 17h30. Apesar de acostumado às críticas e pressão, o dono da prancheta gostaria que o início do novo ciclo fosse longe do Rio de Janeiro.
Bernardinho orquestra a Seleção em quatro partidas, no Maracanãzinho, nesta primeira semana da Liga das Nações no Brasil. Depois do duelo contra o Irã, terá pela frente Cuba, Ucrânia e Eslovênia. "Eu não queria começar aqui, porque é uma posição que o novo grupo não precisava passar em nenhum lugar", argumentou o treinador, durante a CBC & Clubes Expo, em Campinas (SP). "É um ano duro no qual a gente vai sofrer, vai ter pressão. Se nós soubermos entender isso como forma de fortalecer e criar casca para chegar, legal", emenda.
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O receio de Bernardinho é a exposição e desgaste mental dos atletas, pois está trabalhando com uma geração diferente das campeãs em Atenas-2004 e Rio-2016. "Já senti de alguns que pensam: 'Para que eu vou ver isso?' Hoje, o garoto consegue um dinheiro na mídia social, no clube e pensar para que precisar ir à Seleção? Para que vai lá ficar exposto? A pessoa não querer ir. Para mim, é compreensível, mas é uma nova realidade. Alguém estava disposto a fazer o que fosse para estar lá. Hoje, não é mais uma realidade. Tanto que alguns me recusaram a ir para Seleção. Pô, é um direito que eles têm, mas é um novo mundo. A gente tem que tentar tirar o melhor do novo mundo que a gente tem", desabafa.
Hoje, Bernardinho terá 14 jogadores. Seis estiveram em Paris — Cachopa, Darlan, Honorato, Lukas Bergmann, Adriano e Flávio. A renovação passa pelo DF. Levantador campeão da Superliga pelo Cruzeiro, Matheus Brasília está na briga. Ele não terá a concorrência do experiente Bruninho, que indicou a aposentaria da equipe em 2024.
Não há moleza na chave do Brasil. O Irã tem um trabalho de base vitorioso em duas das últimas três edições do Mundial Sub-21. “É uma geração boa, tem um grande treinador. A Eslovênia é um time que está chegando permanentemente, fez quartas de final de Olimpíada. O maior contrato do Japão é um cubano, o López, que era do Cruzeiro, espetacular”, analisa Bernardinho.
Formato
A Liga das Nações é disputada por 18 seleções, divididas em três grupos de seis, com cada uma disputando 12 jogos. A primeira fase é dividida em três semanas, em três sedes diferentes. Paralelamente à disputa de abertura no Rio de Janeiro, Quebec (Canadá) e Xi'an (China) recebem partidas. As oito melhores equipes da classificação geral avançam às quartas de final.
Criada em 2018, a Liga das Nações de Vôlei substitui o Grand Prix. Presente em todas as edições, o Brasil ostenta a medalha de ouro da edição de 2021. Nesta temporada, desafia a hegemonia de europeus. Atual bicampeã olímpica, a França defende o título e busca o tri. Vice na Olimpíada, a Polônia ensaia repetir a campanha de 2021 e retomar o lugar mais alto do pódio.
Agenda do Brasil
Quarta-feira (11/6)
17h30 Brasil x Irã
Quinta-feira (12/6)
17h30 Brasil x Cuba
Sábado (13/6)
10h Brasil x Ucrânia
Domingo (14/6)
10h Brasil x Eslovênia
Transmissão: SporTV2 todos os jogos e Globo no domingo
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