Assunção-2025

Pan Júnior consagra geração promissora e dourada do judô brasileiro

Com aproveitamento de 100% de possibilidades de pódio, Time Brasil finaliza Assunção-2025 com 12 medalhas de ouro, uma de prata, duas de bronze e 11 vagas diretas no Pan adulto de Lima-2027

Equipe brasileira de judô foi a Assunção com 14 atletas: todas voltam para casa com as duas medalhas possíveis -  (crédito: Alexandre Loureiro/CBJ)
Equipe brasileira de judô foi a Assunção com 14 atletas: todas voltam para casa com as duas medalhas possíveis - (crédito: Alexandre Loureiro/CBJ)

Assunção — Formado por 14 talentos, o Time Brasil consolidou um impressionante desempenho no judô ao subir ao pódio em todas as disputas possíveis dos Jogos Pan-Americanos Júnior de Assunção-2025. O desempenho avassalador não deixa uma boa impressão apenas pela quantidade de medalhas adicionadas para o país no quadro geral. Absolutos, os judocas verde e amarelos deram mais um passo na consolidação da geração responsável por manter o bom desempenho em disputas de Mundiais e Jogos Olímpicos.

O judô sempre foi uma fonte de medalhas para o Brasil em competições de alto gabarito. Em edições olímpicas, o Brasil conquistou 28 condecorações. O desempenho faz da modalidade a mais rentável para o país nos Jogos. A tradição começou em Munique-1972, com o bronze de Chiaki Ishii, e ganhou força com os quatro pódios de Paris-2024: Larissa Pimenta, bronze, Willian Lima, prata, e Beatriz Souza, ouro, faturaram no individual. A equipe mista verde e amarela assegurou um bronze na Cidade Luz.

Em participações no Mundial Sênior, o país subiu ao pódio em 57 oportunidades, com nove ouros, 14 pratas e 34 bronzes. Novamente, Chiaki Ishii puxou a fila com o terceiro lugar de Ludwigshafen-1971. Em Budapeste-2025, Daniel Cargnin faturou uma prata e Shirlen Nascimento adicionou um terceiro lugar no currículo. O Time Brasil ainda conta com oito medalhas por equipes, cinco pratas e três bronzes.

Potencial candidata a brilhar nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028 e Brisbane-2032, a geração do Pan Júnior de Assunção-2025 tem resultados consistentes além da participação dourada na capital paraguaia. A brasiliense Bianca Reis tem medalhas de Mundial Júnior e Juvenil, por exemplo. Clarice Ribeiro e Dandara Camillo ostentam o mesmo diferencial. Duda Bastos, Maria Eduarda Oliveira, Bruno Nóbrega e Jesse Barbosa vinham de ouros no Pan Júnior da modalidade, também neste ano.

Brasiliense Bianca Reis foi um dos destaques do judô nos Jogos e conquistou duas medalhas de ouro
Brasiliense Bianca Reis foi um dos destaques do judô nos Jogos e conquistou duas medalhas de ouro (foto: Alexandre Loureiro/CBJ)

Expectativa

Os frutos gerados pelo trabalho de formação amplia o ânimo por êxitos em um futuro não muito distante. “Dentro da construção que desenvolvemos da Seleção Brasileira junto aos clubes, nós conseguimos conquistar a confiança e a segurança dos atletas e isso ajudou nessa questão do desenvolvimento deles para chegar nesse resultado", salientou Douglas Potrich, treinador da Seleção Brasileira Júnior. A treinadora Erika Miranda endossou o discurso. "Foi um desempenho que ficou acima do esperado, mas não é uma surpresa. A gente vem trabalhando duro com a base do Brasil, em viagens, em treinamentos de campo. É um investimento e a gente está vendo o resultado", destacou.

Ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e atual mandatário da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Paulo Wanderley elogiou a trajetória do país em Assunção-2025. "O ouro da equipe mista coroa a campanha histórica que fizemos. Todos os nossos atletas subiram ao pódio, 11 garantiram vaga para Lima-2027 e isso demonstra a força do judô brasileiro, além do trabalho bem-sucedido. Estamos muito orgulhosos dessa nova geração e confiantes no que ainda vem pela frente”, observou, lembrando a vaga dos medalhistas de ouro no Pan adulto da capital paraguaia, daqui a dois anos.

O direito de disputar o torneio, um dos mais importantes no ciclo de consolidação da equipe brasileira em direção aos Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028, é um trunfo extra de esperança. "Todo esse grupo tem um grande potencial de futuro, na projeção para a classe sênior, que é o nosso papel principal. Tentar mostrar o caminho para eles e tentar viabilizar essa oportunidade deles estarem ascendendo para a equipe principal”, garantiu Douglas Potrich.

Matheus Nolasco e Bruno Nóbrega: medalhas de ouro e futuro promissor pela frente
Matheus Nolasco e Bruno Nóbrega: medalhas de ouro e futuro promissor pela frente (foto: Alexandre Loureiro/CBJ)

Evolução

O desempenho no Pan Júnior de Assunção-2025 superou as conquistas na primeira edição do evento, em Cali-2021. Na ocasião, o judô brasileiro teve 12 atletas e 11 medalhas. As condecorações foram Cinco ouros, uma prata e quatro bronzes nas competições individuais, além de outro topo de pódio na disputa por equipes mistas. Os campeões foram Aléxia Nascimento, Luana Carvalho, Eliza Ramos, Gabriel Falcão e Kayo Santos. O quinto classificou-se ao Pan Santiago-2023 e, dois anos mais tarde, três deles conquistaram novos pódios: Aléxia e Gabriel foram campeões, com Kayo medalhista de bronze.

A brasiliense Bianca Reis, Gustavo Milano, Bruno Nobrega, Luan Almeida, Andrey Coelho, Rafaela Rodrigues, Eduardo Bastos, Dandara Camillo, Clarice Ribeiro, Jesse Barbosa e Matheus Nolasco conquistaram ouros no Paraguai. Maria Eduarda Oliveira faturou uma prata, enquanto Lucas Takaki, também do DF, e Ana Soares tiveram campanha de bronze na trajetória brasileira na capital paraguaia. Acostume-se a ouvir esses nomes. Pois a futura geração do judô brasileiro tem a cor dourada como padrão e promete brilhar muito nos próximos ciclos olímpicos.

  • Brasiliense Bianca Reis foi um dos destaques do judô nos Jogos e conquistou duas medalhas de ouro
    Brasiliense Bianca Reis foi um dos destaques do judô nos Jogos e conquistou duas medalhas de ouro Foto: Alexandre Loureiro/CBJ
  • Matheus Nolasco e Bruno Nóbrega: medalhas de ouro e futuro promissor pela frente
    Matheus Nolasco e Bruno Nóbrega: medalhas de ouro e futuro promissor pela frente Foto: Alexandre Loureiro/CBJ
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DQ
postado em 13/08/2025 20:08 / atualizado em 13/08/2025 20:25
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