
Luque — O penúltimo dia de competições nos Jogos Pan-Americanos Júnior de Assunção-2025 serviu como balanço geral para o Comitê Olímpico do Brasil (COB). A avaliação foi de sucesso tanto no aspecto esportivo quanto no operacional da missão brasileira em solo paraguaio. Nesta sexta-feira (22/8), no hall do hotel Bourbon, em Luque, o presidente Marco La Porta, a vice-presidente Yane Marques, o chefe de missão Leandro Guilheiro e a gerente de operações internacionais Joyce Ardies se reuniram para comemorar o desempenho do país.
No campo esportivo, os resultados empolgam. O Brasil encaminhou a liderança do quadro de medalhas, com direito a recorde de ouros e ao maior número de vagas conquistadas pelo país rumo ao Pan de Lima-2027. O desempenho superou as expectativas traçadas antes da competição, com meta básica de manutenção no top-3. Além disso, a logística montada pelo COB funcionou como engrenagem invisível: atletas tiveram apoio completo desde a chegada a Assunção, com a estrutura montada no Yacht y Golf Club blindando a delegação de problemas externos.
Marco La Porta destacou o êxito no Paraguai como a confirmação da solidez da preparação brasileira para eventos internacionais. Segundo o presidente do COB, a campanha reafirma a força do país e mostra evolução em relação à edição anterior, disputada em Cali. "Nosso balanço é extremamente positivo. Tínhamos uma meta relativamente fácil de ficar no top-3 do quadro de medalhas, que é o objetivo de todos os Pans. Em todos os itens, melhoramos os resultados de Cali", ressaltou.
Vice-presidente do COB, Yane Marques, chamou atenção para outro ponto relevante: o protagonismo feminino. As mulheres representaram a maioria da delegação brasileira em um Pan Júnior, com 62% do total. Para a ex-atleta, esse número traduz o esforço da entidade em criar condições para ampliar a participação feminina no esporte de alto rendimento. "Isso é uma conquista e mostra que não é só liderar pelo exemplo. A gente acredita muito nessa força e tem feito um trabalho para dar oportunidade. O resultado está aí, com mulheres ocupando espaço de protagonismo", disse.
Chefe de missão, Leandro Guilheiro fez questão de destacar o ambiente positivo construído ao redor da equipe. Para o ex-judoca, o cuidado com os detalhes fora das arenas contribuiu diretamente para o bom desempenho dentro delas, com direito a ligação de elogio dos pais de uma das competidores do Time Brasil. "A experiência tem sido muito mais completa. Tudo isso começou com a pré-viagem em São Paulo e, aqui, os atletas viram toda a operação funcionando. Obviamente, não gera uma medalha, mas faz com que o atleta não perca a medalha ao estar em um ambiente saudável para desempenhar", explicou.
A sub-chefe Joyce Ardies posicionou a experiência prévia em Assunção, durante os Jogos Sul-Americanos de 2022, como determinante para evitar contratempos. Segundo ela, a missão trabalhou de forma silenciosa, mas eficaz, para romper desafios logísticos, como o carregado trânsito nos deslocamentos pela capital paraguaia. "A engrenagem funcionou bem. Os problemas ficaram nos bastidores e esse é nosso papel. A experiência que tivemos em 2022 nos ajudou a ajustar detalhes e a oferecer condições melhores agora", avaliou.
Saiba Mais
Fé por Rio-Niterói 2031
Além do sucesso esportivo, a estada da comitiva em Assunção foi vista como um momento estratégico para reforçar a candidatura de Rio-Niterói ao Pan de 2031. Nos bastidores, as conversas com dirigentes de outros países avançaram. La Porta revelou a diminuição da percepção inicial de favoritismo do Paraguai. "Quando chegamos, estava 70% para eles e 30% para nós. Agora, está igual. Avançamos bastante nas conversas", pontuou.
O presidente do COB fez elogios à organização do Pan Júnior, mas também apontou limites estruturais. Na visão dele, as questões são barreiras para a realização de um Pan adulto em Assunção. "A estrutura é muito boa para os jogos desse nível. O Paraguai avançou muito, mas, na minha opinião, as arenas não têm tamanho apropriado para um Pan. Não temos dúvidas de que nossa candidatura está melhor preparada. Agora é convencer quem vota", concluiu.
Com a chama do Pan Júnior prestes a se apagar, o COB encerra a participação em Assunção com motivos para comemorar além da quantidade expressiva de pódios nos 42 esportes em disputa: sai com a sensação de dever cumprido e com a confiança reforçada de o Brasil conseguir, mais uma vez, receber um grande evento continental.
Esportes
Esportes
Esportes
Esportes
Esportes
Esportes