Assunção — O sonho iniciado nas águas do Lago Paranoá, em Brasília, se materializou em medalhas de ouro e de bronze nas correntes da Baía de Asunción. Ontem, a brasiliense Laura Pizarro, do remo, teve um dia glorioso nos Jogos Pan-Americanos Júnior da capital paraguaia. Primeiro, subiu ao topo do pódio do double skiff feminino, ao lado da parceria carioca, Jennifer de Almeida. Horas depois, cruzou a linha de chegada em terceiro lugar na companhia do conjunto brasileiro da categoria oito com timoneiro. Duas condecorações para premiar a evolução, o comprometimento e a força de uma atleta de futuro brilhante.
Um terço da vida de Lara é de pura dedicação à modalidade inserida no sangue da família. A brasiliense de 21 anos começou a remar aos 14, na Crossrowing, escola de remo fundada pelo pai e o tio. Embora a empresa não tivesse o foco na formação de atletas, o espaço serviu para Lara ter o primeiro contato com a modalidade e, aos poucos, adquirir aperfeiçoamento. As primeiras vivências vieram na função de timoneiro até o upgrade técnico para a embarcação. O apoio dos entes queridos foi fundamental para a brasiliense ir rompendo barreiras até alcançar as medalhas de ontem em Assunção-2025.
"Acredito que a importância de todos esses anos em Brasília, desde que eu iniciei no remo, é que eu sempre tive muito apoio de todos os lados. Da minha família, dos meus amigos, das pessoas que remavam ali na Crossrowing e remam ainda até hoje. Eu sempre tive essa rede de apoio muito forte e eu acredito que isso foi muito bom para a minha evolução na modalidade e como pessoa, também", contou Lara, ao Correio. Além do talento da brasiliense, as conquistas de ontem estão ligadas diretamente à diferenciais como amizade, união, foco, comprometimento e, principalmente, dedicação.
Entrosamento
Lara e Jennifer remam juntas desde o início do ano, mas se conhecem desde a chegada da brasiliense no atual clube, o Flamengo. A sintonia garantiu domínio na prova pan-americana. A dupla brasileira liderou de ponta a ponta. Na primeira metade da prova, a brasiliense e a carioca passaram na primeira colocação, seguidas de perto pelas chilenas Felipa Rosas e Antonia Liweald, e as canadenses Jalyn Mowry e Tess Friar. Nem mesmo o sprint decisivo da prova do Double Skiff feminino mudou a composição de pódio desenhada na metade inicial. O Brasil cruzou para o ouro com o tempo de 7m11s17.
"A medalha representa muito a dedicação, o foco e a disciplina que temos desde o pré-Pan. Falamos, treinamos muito, choramos, rimos, brincamos e deu super certo de conquistar o ouro", vibrou a brasiliense, derretendo-se pela amiga. O tempo para comemorar a medalha dourada foi curto. Menos de duas horas depois, Lara voltou às águas da Baía de Asunción para construir história ao lado de Kauanne da Silva, Isabella Gomes, Luiza Nazário, Giulia dos Santos, Ana Ferreira, Maria Fuhrmann, Jennifer de Almeida e Júlia dos Santos. O conjunto do oito com timoneiro cruzou em terceiro com o tempo de 6m36s59, atrás do Chile e do Canadá.
As brasileiras tinham como barreira a baixa quantidade de treinos juntos. Nisso, entrou em cena o desejo de subir ao pódio e a relação pessoal do conjunto. "A medalha de bronze do Oito com representa muito a união do nosso grupo. Acredito que todas estavam muito focadas em ganhar essa medalha. A gente sabia que ia ser muito difícil, tanto que saímos apenas duas vezes no barco com todas as meninas", antes da vibração, o sucesso trouxe outro sentimento. "Ficamos muito surpresas com o resultado. Todo mundo ficou muito feliz mesmo. Queríamos muito. Então, ficou fácil", discursou, orgulhosa.
Se Lara conhece cada cantinho do Lago Paranoá, agora, ela também cultivou uma relação especial com a Baía de Asunción, coloridas de ouro e bronze com o desempenho extraclasse da brasiliense. Hoje, o sentimento de pertencimento pode aumentar. Às 8h30, a remadora volta ao local para disputar a final do four skiff, ao lado das brasileiras Isabella Gomes, Jennifer de Almeida e Júlia dos Santos para lutar por pódio da categoria quarteto feminino. Uma oportunidade e tanto de cravar ainda mais o nome na história dos Jogos Pan-Americanos Júnior.
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