ESPORTES OLÍMPICOS

Henrique Alencar corre os Jogos da Juventude pela última vez

Próximo de alcançar a maioridade, brasiliense disputa, na pista da UnB, provas dos 800m e 3000m da competição para atletas de até 17 anos

Henrique encerrá o ciclo nos Jogos com participações nos 800m e 3000m rasos
 -  (crédito: Gustavo Alves/CBAt )
Henrique encerrá o ciclo nos Jogos com participações nos 800m e 3000m rasos - (crédito: Gustavo Alves/CBAt )

O momento é de torcer para os brasilienses nas pistas de atletismo dos Jogos da Juventude. A delegação do DF chega para a disputa da modalidade com 22 atletas em busca do pódio no Centro Olímpico da Universidade de Brasília (UnB). A 17ª edição do evento ficará marcada para Henrique Alencar. Próximo de alcançar a maioridade, ele terá a honra de se despedir em casa do evento para competidores de até 17 anos, organizado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Há nove anos dedicando a vida ao atletismo, Henrique começou no esporte observando o pai, Raimundo Alencar, correr, por hobbie. Aos oito, ingressou em uma escolinha de atletismo. O primeiro contato com o mundo das competições foi com as Maratoninhas da Caixa Econômica Federal. O brasiliense chegou a conquistar 14 bicicletas por uma vitória. Quando completou 12, foi federado pelo Centro de Atletismo de Sobradinho, o Caso, dirigido por João Sena, pai do medalhista olímpico da marcha atlética, Caio Bonfim.

A partir daquele momento, os treinamentos ficaram sérios. O brasiliense passou a ser um atleta de alto rendimento. Em 2022, subiu ao pódio pela primeira vez. No Campeonato Brasileiro de Atletismo sub-16, Henrique obteve duas medalhas de bronze nos 1.000 metros rasos. A partir dali, o currículo de Henrique não parou mais de crescer. O jovem é tetracampeão nacional, acumula tentos no Campeonato Sul-Americano e no Ibero Americano, todos na categoria sub-18.

Devido à idade, esta será a última vez em que Alencar competirá nos Jogos da Juventude. O encerramento do ciclo será ainda mais especial, pois contará com a presença da família, pela primeira vez, assistindo-o em uma disputa nacional. "Esses três anos foram de muita experiência e aprendizado. Quero chegar em um nível olímpico e mundial, melhorar cada vez mais. A expectativa da minha família é muito grande, eles estão muito felizes porque me verão competindo", compartilha.

Trunfo

Com alerta vermelho na capital federal devido à baixa umidade, para muitos competidores, o clima pode ser o principal adversário nas competições. Porém, para Henrique, o tempo seco e o calor podem ser tratados como um trunfo para se sobressair contra os demais concorrentes. "Esse é um dos principais pontos para competir em Brasília. Eu tenho essa vantagem, aqui está muito quente. Nas minhas provas de fundo, os meninos vão sofrer mais do que eu, por não estarem habituados. Pode ser mais fácil, mas nada certo", projeta.

Dos estreantes aos que estão se despedindo, os Jogos da Juventude ficarão marcados. Para a treinadora Ana Luísa Oliveira, o evento é um momento importante na vida dos atletas. "É uma oportunidade incrível estar nessa competição, os atletas se divertem muito. Como treinadora, fico super feliz em ver que eles têm essa oportunidade de estarem aqui, ainda mais sabendo que alguns são de origem mais carente e que essa oportunidade marcará a vida deles para sempre. Então, essa é uma competição de alto nível e, por meio dela, muitos talentos são revelados", destaca.

As expectativas de Ana para o certame são altas. No grupo, a comandante possui atletas com muita bagagem e acredita que esse é um fator positivo para a disputa. "Eu fui atleta e esta é a primeira vez que venho como treinadora, mas está sendo uma experiência incrível, ver a felicidade dos alunos é bom demais. Esperamos fazer um ótimo resultado, temos alguns atletas que são medalhistas brasileiros, alguns que foram para sul-americanos. Esperamos representar o DF muito bem", vibra a técnica.

O sentimento de Henrique é de gratidão pelo encerramento de um ciclo importante e de muito aprendizado. O momento é um misto de tristeza e felicidade pelas vivências durante os últimos três anos. "Passam várias coisas na cabeça, que vivi nos Jogos. Vai batendo uma saudade. Foi uma das melhores competições que disputei. Fico muito feliz pela minha trajetória. Quero buscar a medalha de ouro", discursa o talento que em breve competirá como "gente grande".

*Estagiária sob a supervisão de Victor Parrini 

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postado em 11/09/2025 05:43
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