Libertadores

River Plate e Palmeiras: além do confronto na Libertadores, times são minas de craques

Duelo deve opor convicção e busca por perfeição no setor de ataque

Mastantuono, Julian Álvarez, Enzo Fernández, Vitor Reis, Endrick e Estêvão: importações assinadas por River e Palmeiras  -  (crédito: Arte com fotos de divulgação)
Mastantuono, Julian Álvarez, Enzo Fernández, Vitor Reis, Endrick e Estêvão: importações assinadas por River e Palmeiras - (crédito: Arte com fotos de divulgação)

As quartas de final da Libertadores da América vão opor, a partir de hoje, os dois times mais bem-sucedidos do continente no conceito de exportar revelações para a Europa. Às 21h30, River Plate e Palmeiras entram em campo no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, não apenas como rivais históricos de peso, mas com o selo de verdadeiras fábricas de craques com o diferencial de abastecer os principais clubes europeus, alimentando sonhos, movimentando cifras milionárias e investindo na meta de alcançar, mais uma vez, a Glória Eterna.

No cenário continental atual, River Plate e Palmeiras se posicionam como donos de dois dos elencos mais poderosos da Libertadores e poderiam estar ainda mais impulsionados. Porém, depois de prestarem serviços defendendo as cores com as quais foram revelados, jogadores como Franco Mastantuono, Enzo Fernández, Julian Álvarez, Claudio Echeverri, Endrick, Vitor Reis, Estêvão e Gabriel Jesus obedeceram a lógica do mercado da bola e migraram à Europa em troca de milhões de euros. As vendas não apenas abastecem os confres dos clubes. Também os posicionam como referências em negócios do tipo.

Berço de craques, o River Plate tem se especializado em revelar talentos que não só chegam à Europa, mas rapidamente se tornam protagonistas. Franco Mastantuono foi fisgado pelo Real Madrid, Enzo Fernández virou peça central do Chelsea, Julián Álvarez chegou ao Manchester City e trocou o time inglês pelo Atlético de Madrid, e Claudio Echeverri partiu para o Bayer Leverkusen. Um fluxo constante de estrelas responsável por deixar os torcedores com saudade, mas orgulhosos de ver o Monumental de Núñez se transformar em uma vitrine internacional.

Do outro lado, o Palmeiras não fica para trás. Sinônimo de futebol arte nos anos 1970, a Academia de Futebol, hoje, é símbolo de um mercado global. O brasiliense Endrick embarcou para o Real Madrid como uma joia lapidada no Brasil, Vitor Reis fechou com o Manchester City, Estêvão é recém-chegado ao Chelsea e Gabriel Jesus continua a trajetória no Arsenal, depois de passar alguns anos no Manchester City. Cada venda confirma a força de uma estrutura de base com know-how em formar, preparar e projetar jovens para o cenário internacional.

As grandes prateleiras de negociações também impulsionam o sonho de vencer a Libertadores da América. Mesmo sem o ganho esportivo das pratas da casa, River Plate e Palmeiras utilizaram o dinheiro arrecadado com as transferências para os grandes clubes da Europa para maximizar os elencos atuais. Os argentinos chegam às quartas de final impulsionados por R$ 400 milhões em contratações na temporada 2025, como o atacante Sebastián Driussi. O investimento alviverde em reforços no ano é ainda maior e rompe a casa dos R$ 600 milhões. O expoente das compras é o atacante Vitor Roque.

As fichas de sucesso, inclusive, estão depositadas nos jogadores contratados recentemente. O Palmeiras chega às quartas de final da Libertadores com uma certeza: a dupla ofensiva formada por Vitor Roque e Flaco López. O primeiro, ainda jovem, carrega a confiança de quem já mostrou poder de decisão em jogos grandes. Na última rodada do Brasileirão, o camisa nove marcou três na goleada contra o Internacional, por 4 x 1. O segundo, argentino, usa o faro de gol para se impor na área. As boas apresentações com a camisa palmeirense renderam até uma convocação para a seleção na última Data Fifa.

Reformulado tecnicamente depois da participação frágil na Copa do Mundo de Clubes, o River ainda busca o encaixe perfeito no ataque. Borja conhece bem o Palmeiras e carrega a experiência de quem já foi decisivo em mata-mata. Driussi retorna com bagagem internacional e qualidade técnica para ser diferencial. Colidio traz juventude e ousadia, enquanto Maximiliano Salas surge como alternativa de movimentação. O dilema para o técnico Marcelo Gallardo é justamente encontrar a dupla ideal para transformar posse em bola na rede.

Os principais exportadores do continente, agora, trocam a chave em busca do objetivo de dominar a América do Sul. O duelo de hoje vai além do gramado. É um choque de escolas, de filosofias e de projetos, no qual apenas um seguirá adiante.

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DQ
postado em 17/09/2025 03:05
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