
A atual safra de treinadores brasileiros vive um momento de instabilidade em âmbito internacional. Se não bastasse a falta de espaço na elite do país — dos 20 empregados na Série A, 12 falam a versão verde e amarela do português —, os técnicos forjados por aqui estão com dificuldades de emplacar boas campanhas em torneios além das fronteiras natais. Arriscando não ter nenhum representante na Copa do Mundo pela primeira vez — das 18 equipes confirmadas, incluindo a Seleção, nenhuma tem professor local —, os profissionais daqui podem ficar de fora das semifinais da Libertadores pela segunda temporada consecutiva. Tiago Nunes, da LDU, e Filipe Luís, do Flamengo, são as últimas cartadas para evitar o cenário de desvalorização.
Hoje, a dupla joga com vantagem para carimbar o passaporte para a próxima fase da Glória Eterna. No MorumBis, Tiago lidera a LDU contra o São Paulo na tentativa de eliminar o segundo clube compatriota — nas oitavas de final, a vítima foi o Botafogo. Com 2 x 0 de frente, os equatorianos podem até perder por um para seguirem em busca do bicampeonato. Mentor do Flamengo e se acostumando a quebrar tabus ao longo da temporada, Filipe Luís tentará cumprir o desafio fora de casa. No Estádio Jorge Luis Hirschi, em La Plata, na Argentina, dirige o Flamengo com a missão de concretizar o 2 x 1 construído na semana passada, no Estádio do Maracanã.
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O Brasil vive um domínio na Libertadores. Nas últimas seis temporadas, apenas clubes do país conquistaram os títulos. No entanto, a presença de brasileiros no banco de reservas é restrita. No período, três portugueses dominaram o feito: Jorge Jesus, Abel Ferreira (duas vezes) e Artur Jorge estiveram nos bancos de reserva de Flamengo, Palmeiras e Botafogo. Dorival Júnior, também pelo rubro-negro, e Fernando Diniz, no Fluminense, foram as exceções. No ano passado, as semifinais não tiveram técnicos do país. Além do líder alvinegro, o argentino Gabriel Milito (Atlético-MG), o compatriota dele Marcelo Gallardo (River Plate) e o uruguaio Diego Aguirre (Peñarol) ocuparam o top-4.
Para avançar, Tiago Nunes terá de enfrentar um São Paulo motivado em virar. Com força máxima, o tricolor confia no sucesso. "A gente vai ganhar. A gente vai passar de fase", garantiu o treinador Hernán Crespo. Mas a missão não será simples, especialmente quando o retrospecto é levado em consideração. Há quase 10 anos, o tricolor não chega às semifinais da Libertadores.
O Flamengo confia na possível volta do volante Jorginho. Peça importante no esquema tático desenhado pelo técnico Filipe Luís, o jogador não entra em campo há um mês. O período coincide com oscilações da equipe. No entanto, a viagem à Argentina é um indício de ser um reforço no duelo diante do Estudiantes. "Estamos confiantes no que estamos fazendo e queremos vencer, independentemente de onde seja o jogo", destacou o atleta rubro-negro.
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