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Especialistas explicam como funciona o ensino bilíngue

Aprender outro idioma desde cedo ajuda na criatividade e na formação global, dizem especialistas

Giovanna Sfalsin
postado em 14/09/2025 06:20
Na infância, é mais fácil aprender e moldar o sotaque, explica especialista -  (crédito: Luiz Guimarães/Eleva/Divulgação)
Na infância, é mais fácil aprender e moldar o sotaque, explica especialista - (crédito: Luiz Guimarães/Eleva/Divulgação)

Aprender um segundo idioma desde o início da trajetória escolar deixou de ser apenas uma vantagem acadêmica e se tornou um diferencial para a vida. A professora de inglês Jannine Torres Portugal explica que a infância é a fase mais favorável para a aprendizagem de outra língua. "Quando você é criança, é mais fácil aprender e moldar o sotaque. O cérebro absorve naturalmente os sons e estruturas da língua. Por isso, o processo é rápido e intuitivo", avalia.

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Ela lembra, no entanto, que adolescentes e adultos também podem atingir fluência, mesmo que com mais esforço. "O aprendizado exige técnicas, como o shadowing, em que a pessoa escuta e repete falas de vídeos, imitando ritmo e pronúncia. Funciona muito bem, mas não é tão natural quanto na infância."

Na Escola Eleva Brasília, a proposta pedagógica aposta no bilinguismo e no biletramento, ou seja, a capacidade de falar, ler, escrever e produzir academicamente em português e inglês com a mesma desenvoltura. Para Vanessa Lopes Rivera, mãe de Benjamim, de 8 anos; e Lucca, de 6, essa foi a principal motivação ao escolher a instituição. "Nossa escolha foi embasada no bilinguismo e nos valores da escola. Como já moramos fora, era muito importante que nossos filhos aprendessem inglês desde cedo, mas também em um ambiente que valorizasse a individualidade, celebrasse a diversidade e cultivasse o respeito", conta.

A adaptação ocorreu de forma natural. Os meninos começaram com 3 e 4 anos e, desde então, trocar de idioma faz parte do cotidiano. "Eles aprenderam algumas coisas primeiro em inglês e só depois em português, como as cores. Hoje, misturam os dois idiomas em frases típicas de quem tem fluência em ambos", relata a mãe, rindo.

Esse aprendizado, segundo ela, também aparece fora da sala de aula. "Quando viajamos, incentivamos que conversem, leiam menus, comprem livros, joguem videogame em inglês e assistam a vídeos educativos. Em passeios e museus no exterior, ficam mais curiosos e participativos, porque conseguem se comunicar e compreender melhor o que está ao redor. É uma forma prática de mostrar a importância do que aprendem", completa.

Grade curricular

Lucas Garcia, diretor da Eleva em Brasília, explica as diferenças entre o método bilíngue e o inglês incluído na grade curricular como disciplina. "Os alunos crescem vivendo dois idiomas ao mesmo tempo. Isso amplia criatividade, memória e raciocínio. Não é só falar, mas pensar academicamente nas duas línguas", detalha.

Na prática, isso significa que uma criança pode estudar ciências em inglês, apresentar os resultados em português e depois escrever uma reflexão bilíngue. A escola utiliza métodos reconhecidos internacionalmente, como o Phonics para a alfabetização em inglês, junto ao processo de letramento em português.

Na educação infantil, cerca de 80% das atividades são em inglês, com base no currículo internacional IEYC (International Early Years Curriculum). No ensino fundamental, a proporção vai se equilibrando com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), por meio do IPC (International Primary Curriculum). Já no ensino médio, os alunos podem optar pelo IBDP (International Baccalaureate Diploma Programme), currículo aceito por universidades de todo o mundo.

Além do domínio das línguas, a escola aposta em valores como respeito, bondade, responsabilidade, excelência e entusiasmo. "Nosso objetivo é formar pessoas completas, que saibam usar o conhecimento para transformar o mundo", afirma Garcia.

Esses princípios são trabalhados junto a competências essenciais como pensamento crítico, criatividade, colaboração e resiliência. Um exemplo disso é a Steam Fair, feira em que os alunos propõem soluções para problemas reais. Já houve projetos de irrigação sustentável para o Cerrado, aplicativos de mobilidade urbana e até protótipos de robôs para auxiliar idosos.

Na área cultural, os Arts Fest permitem que os estudantes vivenciem a prática teatral e musical em inglês e português, criando cenários, figurinos e apresentações completas. No esporte, há desde equipes competitivas de vôlei e futsal até modalidades como judô e robótica. "O extracurricular não é um complemento, mas parte essencial da formação. É onde eles descobrem talentos e paixões", destaca o diretor.

O processo, porém, não acontece sozinho. A parceria da família é essencial. "Os pais não precisam falar inglês em casa, mas precisam dar significado ao aprendizado. Quando um pai pede ao filho para ensinar uma palavra nova ou quando uma mãe comemora um texto escrito em inglês, isso fortalece a autoestima acadêmica da criança", reforça.

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