O julgamento dos pais de um adolescente acusado de matar dez pessoas em uma escola em Belgrado, na Sérvia, começou nesta segunda-feira (29/1) na capital sérvia, ainda marcada por esse massacre sem precedentes.
Em 3 de maio do ano passado, um aluno de 13 anos abriu fogo em sua escola no centro de Belgrado, matando na hora oito colegas e um vigia. Outro aluno morreu logo depois como resultado de seus ferimentos.
Menos de 48 horas depois, houve um outro tiroteio em duas cidades perto da capital, resultando em nove mortos. O principal suspeito é uma pessoa de 21 anos.
O suspeito do ataque a tiros na escola foi acusado formalmente nesta segunda-feira. Como tinha 13 anos quando cometeu o crime, é inimputável, segundo a lei sérvia, e quem pagará pelo crime serão seus pais.
O pai, que segundo o Ministério Público treinou o seu filho para portar armas, não protegeu as que tinha adequadamente e seu filho acabou utilizando-as, é acusado de "ato grave contra a segurança geral" e pode enfrentar a até 12 anos de prisão.
A mãe, que está sendo processada junto com seu marido, foi acusada, por sua vez, de posse ilegal de munições e pode ser condenada a até 30 meses de prisão.
Os dois ataques a tiros comoveram a Sérvia e desencadearam enormes manifestações contra o governo, com o lema "Sérvia contra a violência". Parte da escola segue fechada.
A Sérvia tem a taxa de posse de armas mais alta da Europa, com mais de 39 armas de fogo para cada 100 civis, segundo a organização Small Arms Survey.
Depois dos atentados de maio, o presidente Aleksandar Vucic anunciou um plano de desarmamento que, segundo o Ministério do Interior, levou os cidadãos a entregar 82.000 armas e mais de 4,2 milhões de munições entre 8 de maio e 30 de junho de 2023.
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