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Bolsonaro volta a defender cloroquina e diz ter conversado com Anvisa sobre vacina

Presidente usou como base um estudo italiano para recomendar o uso do medicamento, mas cobrou que a Anvisa não aprove em menos de 72 horas a vacina contra a covid-19; entenda

Maíra Alves
postado em 03/09/2020 21:21 / atualizado em 03/09/2020 21:21
 (crédito: Reprodução/Facebook)
(crédito: Reprodução/Facebook)

O presidente Jair Bolsonaro defendeu durante a habitual live, nesta quinta-feira (3/9), o uso do medicamento hidroxicloroquina no combate à covid-19. Para justificar a afirmação, o presidente utilizou o recente estudo publicado na European Journal of Internal Medicine, do Mediterranean Neurological Institute e da Universidade de Pisa, na Itália, que aponta redução em 30% no risco de morte para àqueles pacientes que fizeram uso do medicamento.

Tossindo, o chefe do Executivo mostrou a caixa do remédio e reiterou que, por mais que sempre indicasse o uso do medicamento, não havia comprovação científica. "Era uma possibilidade, sabíamos que não tinham comprovações científicas, mas que de forma observacional, há evidências médicas. Então eu comecei a falar sobre isso aqui", disse. Não é a primeira vez que Bolsonaro recomenda a cloroquina publicamente , já tendo até mostrado uma caixa do medicamento para uma das emas que vivem no Palácio da Alvorada, enquanto cumpria isolamento. 

Ele justificou, também, que as caminhadas e aglomerações com apoiadores, em meio à pandemia, tratava-se de "dar o exemplo". "Eu sou um general, e como general eu tenho que estar no meio do povo", e completou: "Eu sempre falei que as medidas de ‘fica em casa’ para achatar a curva, não quer dizer que você não vai pegar, o objetivo era que você pegasse mais tarde para que os hospitais se aparelhassem com leitos, UTIs e com respiradores", pontuou.

Neste momento, Bolsonaro sugere que a recomendação feita pelo ex-ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta, de apenas procurar os hospitais em casos de falta de ar, tratava-se de uma estratégia para superfaturar a compra de respiradores.

O que diz o novo ministro da Justiça

O ministro da Justiça, André Mendonça, completou a fala do presidente sobre o possível faturamento de equipamentos hospitalares e afirmou que a Polícia Federal vem atuando de forma independente para coibir e penalizar esse tipo de prática.

"Infelizmente, nós estamos tendo casos em que a Polícia Federal tem verificado irregularidades nessas aquisições. Havendo evidências de que autoridades públicas, diante de uma crise onde milhares de pessoas podem morrer, e você fazer disso uma oportunidade para ganhar dinheiro sujo, nós não podemos ter mais no Brasil com situações como essa”, ponderou o ministro.

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Imunização

O presidente Jair Bolsonaro também comentou sobre a aprovação de possíveis vacinas contra a covid-19 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo Bolsonaro, foi vetado pelo Executivo um projeto que determinava deliberação da vacina num prazo máximo de 72 horas da chegada no Brasil. Contudo, o veto do Executivo foi derrubado na Câmara dos Deputados.

Então, o presidente conversou diretamente com a Anvisa e questionou a Agência sobre a aprovação em 72 horas da vacina em todo o país. “Nós temos aqui, apesar de ser produzidos em outros países, nós temos que fazer certas perguntas, certos questionamentos”, disse Bolsonaro. “Afinal de contas, nós não podemos ser irresponsáveis, uma vacina que ainda não tem comprovação científica, tem comprovação nos outros países, não temos aqui no brasil, não vou colocar para dentro do corpo de uma pessoa uma vacina. Lamentável isso aí”, completou o dirigente.

As possíveis candidatas são as vacinas dos Estados Unidos, China, Japão e União Europeia.

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