Governo

Marcelo Xavier é exonerado da presidência da Funai

Órgão será integrado ao novo Ministério dos Povos Originários, a ser comandado pela líder indígena Sonia Guajajara. Futura ministra foi oposição ao delegado da PF durante a gestão Bolsonaro

Mariana Albuquerque*
postado em 29/12/2022 10:44 / atualizado em 29/12/2022 10:44
 (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
(crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O presidente da Fundação Nacional do Índio, Marcelo Augusto Xavier da Silva, foi exonerado do cargo. O despacho foi publicado nesta quinta-feira (29/12) no Diário Oficial da União (DOU), pela Casa Civil da Presidência da República.

Hoje, a Funai é vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, mas deverá ser transferida para o Ministério dos Povos Indígenas, a ser criado pelo futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomará posse neste domingo, 1º de janeiro de 2023. O novo ministério será dirigido por Sonia Guajajara, líder indígena que foi oposição a Xavier durante a gestão Bolsonaro.

Delegado da Polícia Federal, Marcelo Xavier assumiu o posto ainda no primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro, em julho de 2019, após a demissão do general Franklinberg de Freitas, que fora nomeado durante a gestão de Michel Temer (MDB).

Polêmicas

Xavier esteve presente por diversas vezes em polêmicas durante o governo de Bolsonaro. O agora ex-presidente da Fundação é acusado de pedir à Polícia Federal que abrisse um inquérito para investigar Guajajara e outros ativistas da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) por acusações que difamaram o governo federal durante a série na web Maracá, veiculada em 2020, pela defesa dos povos indígenas e contra violações de direitos cometidas contra esses nativos durante a pandemia da covid-19.

Em agosto deste foi revelado um áudio de uma conversa entre Xavier e um servidor da Funai preso por arrendar áreas da Terra Indígena Marãiwatsédé, do povo Xavante,em Mato Grosso. O então presidente do órgão disse, em mensagem de voz, ao servidor que ele mesmo iria procurar as corregedorias da PF, responsáveis pelas investigações, e da Funai para "atuar nisso". Marcelo afirmou à época, por meio de uma nota, haver ocorrido um “vazamento descontextualizado" e que ele não estava entre os indiciados ou denunciados pelas irregularidades investigadas no caso.

Há duas semanas, a Polícia Federal também cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da Funai, em Brasília, e na casa do coordenador geral de índios isolados, Geovânio Katukina, em ação contra desmatamento e grilagem de terras na Terra Indígena Ituna-Itatá, localizada no sudeste do Pará. 

*Estagiária soba supervisão de Andreia Castro 

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