CONGRESSO

Deputados repudiam racismo contra Vini Jr.: "Que não haja impunidade"

Em subcomissão da Câmara, os deputados apresentaram uma nota de repúdio, em que afirmam que o futebol se tornou um "ambiente hostil e racista" e que o caso não deve sair impune

Aline Gouveia
postado em 23/05/2023 12:47 / atualizado em 23/05/2023 12:47
 (crédito: Paul Ellis/AFP)
(crédito: Paul Ellis/AFP)

Os deputados federais que se reuniram na subcomissão especial da Modernização do Futebol, nesta terça-feira (23/5), repudiaram os ataques racistas sofridos pelo jogador brasileiro Vinícius Jr, na Espanha. No domingo (22/5), durante a partida entre Real Madrid e Valencia, torcedores voltaram a ofender o atleta, o chamando de "macaco". Para os parlamentares da subcomissão, o ataque não é um caso isolado e deve ser duramente combatido. Na reunião de trabalho, os deputados apresentaram uma nota de repúdio, em que afirmam que o futebol se tornou um "ambiente hostil e racista" e que o caso não deve sair impune.

"Nós precisamos dar sequência às manifestações de combate ao racismo, pois isso precisa ser enfrentado", disse o deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE), presidente da subcomissão. A manifestação de repúdio do ato e de solidariedade com o jogador Vini Jr foi acompanhada pelos outros parlamentes presentes na reunião. "Conheço o Vinícius desde pequeno, uma criança super alegre. Um talento. Quando eu vejo a covardia que ele está sofrendo, é uma coisa revoltante", afirmou o relator e deputado Bandeira de Mello (PSB-RJ).

A deputada Nely Aquino (Podemos-MG) destacou a importância de se atentar para os casos de racismo cotidianos que acontecem no país. "Crime violento e sórdido. O Brasil vem com uma campanha aguerrida contra o racismo, e devemos manter isso. O Vini, que é um atleta reconhecido mundial, é atacado. Imagina o preto, pobre e favelado?", pontuou a parlamentar.

O presidente da Subcomissão, o deputado Renildo Calheiros, fez questão de ressaltar a Lei Geral do Esporte (PL 1.825/2022), aprovada no Senado no dia 9 de maio. O dispositivo legal prevê a criação da Autoridade Nacional para Prevenção e Combate à Violência e à Discriminação no Esporte (Anesporte), que tem o objetivo de formular e executar políticas públicas contra a violência, racismo, xenofobia, homofobia e intolerância em todos os esportes.

Entenda o caso

Durante o segundo tempo da partida contra o Valencia, o atacante Vini Jr. foi interrompido em uma jogada em direção ao gol, com a invasão de uma segunda bola em campo. Ele e outros torcedores do Real Madrid reclamaram da interrupção, e os torcedores do Valencia não gostaram da reclamação. Responderam chamando Vini Jr de “macaco”.

O brasileiro denunciou os ataques e a partida continuou paralisada por oito minutos. Os torcedores foram advertidos duas vezes, pelo sistema de som do estádio, que anunciou a paralisação da partida devido ao mau comportamento da torcida. Os avisos, porém, não foram levados em consideração, os ataques continuaram e Vini passou a discutir com os torcedores.

Quando o jogo retornou, Vini se envolveu em um embate com o goleiro Mamardashvili, do Valencia, e foi expulso após o VAR mostrar que o brasileiro atingiu o rosto do atleta. Após a expulsão, Vini Jr. usou as redes sociais para repreender a La Liga, responsável pelo Campeonato Espanhol, e apontar uma omissão da entidade.

Colaborou Talita de Souza*

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