Investigação

"Reunião rotineira", diz defesa de Bolsonaro sobre vídeo

O encontro trata, fundamentalmente, da cobrança aos ministros de Estado, para que "atuem de maneira organizada", apontou a nota assinada pelos advogados do ex-presidente

A defesa alegou ainda que, na reunião,
A defesa alegou ainda que, na reunião, "bem ao seu estilo veemente, o ex-mandatário reafirma seu compromisso de agir sempre dentro das quatros linhas da Constituição" - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
postado em 09/02/2024 21:52

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou, no fim da noite desta sexta-feira (9/2), que as falas retratadas no vídeo tornado público pelo ministro Alexandre de Moraes são parte de "uma reunião rotineira".

"O vídeo divulgado oficialmente hoje pela autoridade judiciária responsável pelo inquérito mostra a realização de uma reunião ministerial rotineira em que todos os presentes puderam manifestar publicamente sua opinião a respeito da conjuntura daquele momento de 22 de julho de 2022. O encontro trata, fundamentalmente, da cobrança para com o time de ministros dele para que atuem de maneira organizada", apontou a nota assinada pelos advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e Fábio Wajngarten.

"Na reunião ministerial o ex-presidente Bolsonaro reitera, mais uma vez, sua postura de jamais recorrer a qualquer medida de força contra a ordem democrática. Bem ao seu estilo veemente, o ex-mandatário reafirma seu compromisso de agir sempre dentro das quatros linhas da Constituição. Opinião pública já conhecida pela sociedade brasileira", concluiu.

O Supremo Tribunal Federal divulgou, nesta sexta-feira (9/2), a íntegra do vídeo em que mostra a reunião do então presidente Jair Bolsonaro e membros da alta cúpula de seu governo, ocorrida em 5 de julho de 2022. O momento está sendo investigado pela Polícia Federal como parte do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado, após as eleições de 2022.

O encontro teria como finalidade cobrar dos ministros conduta ativa para atacar a Justiça Eleitoral, antes mesmo do primeiro turno das eleições.

Na data, o ex-presidente interrompeu o então ministro do GSI, Augusto Heleno, que falava do risco de vazamento de uma iniciativa que estava anunciando de infiltrar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nos "dois lados" em meio ao pleito.

"Primeiro, o problema da inteligência. Eu já conversei ontem com o Victor (Carneiro), novo diretor da Abin. Nós vamos montar um esquema para acompanhar o que os dois lados vão fazer. O problema todo disso é se vazar qualquer coisa... muita gente se conhece nesse meio. Se houver qualquer acusação de infiltração desses elementos da Abin, em qualquer um dos lados...", dizia Heleno, quando Bolsonaro o interrompeu e mandou o militar parar de falar.

"General, eu peço que o senhor não fale, por favor. Peço que o senhor não prossiga mais sua observação aqui. Peço que não prossiga. Se a gente começa a falar 'não vazar', esquece. Pode vazar. Então, a gente conversa em particular, na nossa sala lá, sobre esse assunto", disse Bolsonaro, encerrando o assunto.

 

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