atos golpistas

Mucio defende soltar "inocentes" do 8 de Janeiro

Ministro prega necessidade de dosimetria nas punições dos radicais. Segundo ele, há aqueles que "quebraram uma cadeira" e outros que buscaram um golpe

José Mucio durante o programa:
José Mucio durante o programa: "A gente vive atrás de culpados" - (crédito: Reprodução Youtube Tv Cultura)

O ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, defendeu penas diferentes aos envolvidos no 8 de Janeiro. Para ele, soltar inocentes ou quem teve menor participação ajudaria a "pacificar o país".

Mucio adotou um tom dúbio ao comentar o episódio — embora tenha usado a palavra "golpe", evitou cravar que houve uma tentativa de ruptura. "Acho que na hora que você solta um inocente ou uma pessoa que não teve um envolvimento muito grande é uma forma de você pacificar. Este país precisa ser pacificado. Ninguém aguenta mais esse radicalismo. A gente vive atrás de culpados", disse, no programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira.

Ele falou ainda em deixar o "revanchismo" de lado e lembrou que a decisão sobre uma anistia aos responsáveis pela destruição cabe ao Congresso. Segundo o titular da Defesa, há aqueles que "quebraram uma cadeira" e outros que buscaram um golpe.

"Se foi um golpe, quem organizou que pague. E aqueles que tomaram seus ônibus e estavam lá tirando foto do celular? Tinham os que entraram quebrando, os que ficaram do lado de fora. Tem de todo tipo. Você não pode dar a mesma pena a quem armou, quem financiou, e a uma pessoa que foi lá encher o movimento."

Ao longo da entrevista, Mucio falou sobre a expectativa de identificar os verdadeiros culpados e dissipar a "nuvem de suspeição" sobre as Forças Armadas. "Sou capaz de dizer que quem organizou aquilo (atos golpistas) não foi (a Brasília). Quem desejava aquilo, desistiu, desapareceu. Ficou só aquele enchimento que fez aquele quebra-quebra todo."

O titular da Defesa também contou que quis deixar o governo, mas ficou após apelos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Ele (Lula) disse: ‘Nós estamos em uma fase difícil, nós somos amigos, eu sei das suas pretensões, mas preciso que você fique, porque estamos com alguns desafios, e não queria abrir mais um problema. E os comandantes militares também não querem’", relatou.

Mucio acrescentou que o governo federal enfrenta desafios na economia e na política e há uma reforma ministerial em andamento "Isso tudo é uma mudança muito grande. Nós não tivemos ainda voo de brigadeiro", afirmou. Ele evitou confirmar se ficará na Esplanada até o fim do ano e disse que, primeiro, é preciso "atravessar o ano".

 

Agência Estado
postado em 12/02/2025 03:55
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