
Durante a audiência desta segunda-feira (14/7), no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Jeffrey Chiquini, defensor de Filipe Martins, protagonizou um embate direto com o ministro Alexandre de Moraes ao tentar, repetidamente, questionar o fato do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas ter visitado o ex-presidente Jair Bolsonaro no mesmo dia em que o cliente também o visitou, questionando Cid, se o governador também se reuniu para tratar do golpe.
A discussão teve início após Chiquini mencionar uma planilha de acessos ao Palácio da Alvorada, onde, segundo ele, o nome de Tarcísio aparecia registrado no mesmo horário que o do cliente dele, Filipe Martins. Ao questionar Mauro Cid sobre o suposto encontro, o advogado perguntou de forma direta: “O senhor, governador Tarcísio, ele foi lá conversar sobre minuta de golpe também?”. Diante do riso de Cid, o advogado reagiu, irritado e foi contigo pelo ministro. “Foi o acusado que riu, excelência”, solicitando que a audiência seguisse com seriedade.
Nesse momento, Moraes interveio, pedindo ordem e afirmando que o governador de São Paulo não está sendo investigado. “O senhor pode deixar pra fazer isso nos seus likes no X (antigo Twitter). Aqui na audiência, não. Ninguém está ouvindo o que o senhor está falando, doutor”, repreendeu o ministro, cortando o advogado. A irritação de Moraes aumentou quando Chiquini insistiu na tentativa de implicar Tarcísio.
O ministro então retrucou: "Se o senhor tiver alguma informação sobre participação do governador, o senhor pode pedir para a Procuradoria-Geral…”, ironizando a linha de defesa do advogado. Chiquini se defendeu, dizendo que não estava acusando o governador. “Não, não, não… Eu não estou insinuando nada, não ponha palavras na minha boca. É uma pergunta objetiva”, respondeu o advogado de defesa.
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Na sequência, Cid respondeu de forma objetiva que o governador de São Paulo e Filipe Martins não participaram da mesma reunião. “Pronto. Vamos em frente”, determinou Moraes, impedindo novas tentativas de vincular Tarcísio ao caso. Em um determinado momento do bate boca, o jurista teve o microfone cortado e logo depois teve o som restabelecido.
Ao final da discussão, Chiquini tentou também sugerir que listas internas da Presidência poderiam ter sido alteradas para incluir Filipe Martins como visitante. Mauro Cid, porém, esclareceu que não tinha autonomia para incluir ou excluir nomes de registros oficiais. “Quando eram agendas oficiais, nós registrávamos e mandávamos no final do dia”, explicou Cid.
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