Tarcísio defende Bolsonaro após ação da PF: "Não haverá paz sem equilíbrio"

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, criticou decisões judiciais e afirmou que ex-presidente enfrenta "sucessão de erros" que afasta o Brasil do caminho da pacificação

Tarcísio: "Não haverá pacificação enquanto não encontrarmos o caminho do equilíbrio. Não haverá paz social sem paz política, sem visão de longo prazo, sem eleições livres, justas e competitivas" - (crédito: Mariana Campos / CB/DAPress)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (18/7), após a aplicação de medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que incluíram o uso de tornozeleira eletrônica. Em publicação nas redes sociais, Tarcísio afirmou, nas redes sociais, que o Brasil não encontrará paz social sem equilíbrio político e eleições "livres, justas e competitivas".

"Não haverá pacificação enquanto não encontrarmos o caminho do equilíbrio. Não haverá paz social sem paz política, sem visão de longo prazo, sem eleições livres, justas e competitivas. A sucessão de erros que estamos vendo acontecer afasta o Brasil do seu caminho", escreveu o governador.

A fala de Tarcísio ocorre em meio ao agravamento da situação jurídica de Bolsonaro. Nesta sexta, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente, como parte de uma operação autorizada pelo STF. Além da tornozeleira eletrônica, o ex-presidente foi submetido a recolhimento domiciliar noturno, entre 19h e 6h, está proibido de acessar redes sociais e de manter contato com diplomatas estrangeiros e outros investigados no mesmo inquérito, incluindo o filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está atualmente nos Estados Unidos.

Tarcísio também elogiou o que classificou como coragem de Bolsonaro diante de crises enfrentadas durante o mandato e das investigações atuais. "Não conheço ninguém que ame mais este país, que tenha se sacrificado mais por uma causa, quanto Jair Bolsonaro. Se as humilhações trazem tristeza, o tempo melhora a justiça. Força, presidente", continuou.

Ao mencionar eleições livres e apontar uma "sucessão de erros", Tarcísio faz críticas indiretas ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tornou Bolsonaro inelegível até 2030 por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

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  A Polícia Federal (PF) fez operação na residência do ex-presidente na manhã desta sexta-feira (18/7). Busca e apreensão encontrou US$ 14 mil (cerca de R$ 78 mil) e R$ 8 mil em espécie, além de um pen drive. Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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  Após ação, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou medidas cautelares contra Bolsonaro, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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  O político foi encaminhado ainda na manhã desta sexta-feira (18/7) ao Centro Integrado de Monitoração Eletrônica, da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, onde colocou o dispositivo eletrônico Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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  A decisão de Moraes determina ainda que Bolsonaro não pode usar redes sociais, se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros ou nem com outros réus e investigados pelo STF, incluindo o filho Eduardo Bolsonaro. Ele também deve cumprir recolhimento domiciliar de 19h às 6h Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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  Em fala à imprensa, o ex-presidente afirmou que é alvo de uma "suprema humilhação". Em relação aos dólares, ele alegou: "Sempre guardei dólar em casa. É normal". Ter dólares em casa não é ilegal, mas é necessário declarar valores acima de US$ 10 mil. A suspeita é de que o dinheiro poderia ser usado para arquitetar fuga do país. Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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  "Eu não tenho a menor dúvida de que (esse movimento) é uma perseguição. Que provas tem contra mim? Não tem nada, são só suposições. Quando se fala em (acusação) criminal, você tem que ter algo concreto. Eu não me reuni com marginal no Morro do Alemão, como o Lula fez, 'tá'?", declarou o ex-presidente. Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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  Decisão de Moraes aponta que Bolsonaro e o filho Eduardo "vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro". Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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  Os atos do ex-presidente e do filho podem ser configurados como crime de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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  Após conversa com a imprensa no Centro Integrado de Monitoração Eletrônica, Jair Bolsonaro foi para a sede do Partido Liberal Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
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  Bolsonaro fala à imprensa após colocar a tornozeleira eletrônica Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Tarcísio também vinha sendo criticado nos últimos meses, especialmente após o anúncio de tarifas comerciais pelos Estados Unidos, feito pelo ex-presidente Donald Trump, que também saiu em defesa de Bolsonaro nesta semana. Em janeiro, o governador chegou a posar com o slogan da campanha de Trump e, recentemente, compartilhou uma publicação do republicano com críticas ao STF.

A operação desta sexta-feira é parte das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O caso é analisado pelo STF, onde Bolsonaro já é réu por incitação ao crime e tentativa de subversão da ordem democrática.

 

Por Giovanna Sfalsin

postado em 18/07/2025 17:07 / atualizado em 18/07/2025 17:12