Zema diz que ação contra Bolsonaro é "ato absurdo de perseguição política"
Governador de Minas, Romeu Zema, diz que medidas cautelares impõem censura e questiona atuação da Justiça, a qual considera imparcial
Bolsonaro e Zema em sessão da Assembleia de Minas Gerais - (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), criticou, nesta sexta-feira (18/7), as medidas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em publicação nas redes sociais, Zema classificou a decisão como um "ato absurdo de perseguição política".
A Polícia Federal (PF) fez operação na residência do ex-presidente na manhã desta sexta-feira (18/7). Busca e apreensão encontrou US$ 14 mil (cerca de R$ 78 mil) e R$ 8 mil em espécie, além de um pen drive.
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
Após ação, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou medidas cautelares contra Bolsonaro, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica
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O político foi encaminhado ainda na manhã desta sexta-feira (18/7) ao Centro Integrado de Monitoração Eletrônica, da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, onde colocou o dispositivo eletrônico
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A decisão de Moraes determina ainda que Bolsonaro não pode usar redes sociais, se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros ou nem com outros réus e investigados pelo STF, incluindo o filho Eduardo Bolsonaro. Ele também deve cumprir recolhimento domiciliar de 19h às 6h
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Em fala à imprensa, o ex-presidente afirmou que é alvo de uma "suprema humilhação". Em relação aos dólares, ele alegou: "Sempre guardei dólar em casa. É normal". Ter dólares em casa não é ilegal, mas é necessário declarar valores acima de US$ 10 mil. A suspeita é de que o dinheiro poderia ser usado para arquitetar fuga do país.
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"Eu não tenho a menor dúvida de que (esse movimento) é uma perseguição. Que provas tem contra mim? Não tem nada, são só suposições. Quando se fala em (acusação) criminal, você tem que ter algo concreto. Eu não me reuni com marginal no Morro do Alemão, como o Lula fez, 'tá'?", declarou o ex-presidente.
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Decisão de Moraes aponta que Bolsonaro e o filho Eduardo "vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro".
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Os atos do ex-presidente e do filho podem ser configurados como crime de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito
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Após conversa com a imprensa no Centro Integrado de Monitoração Eletrônica, Jair Bolsonaro foi para a sede do Partido Liberal
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Bolsonaro fala à imprensa após colocar a tornozeleira eletrônica
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"Censuraram suas redes, proibiram de falar com o filho e obrigaram a usar tornozeleira eletrônica. Tudo isso num processo cheio de abusos e ilegalidades", disse.
A manifestação de Zema ocorre após a deflagração de uma operação da Polícia Federal (PF) em Brasília, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. Bolsonaro passará a ser monitorado por tornozeleira eletrônica, está proibido de acessar redes sociais e de manter contato com outros investigados, o que inclui o filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), além de cumprir recolhimento domiciliar noturno.
Para o governador mineiro, a atuação do Judiciário compromete o equilíbrio institucional. "Não existe democracia quando a Justiça é politizada", criticou.
A Polícia Federal deflagrou uma operação na manhã desta sexta-feira (18/7) contra Jair Bolsonaro, com autorização do STF
Mateus Bonomi/AFP
Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL)
Mateus Bonomi/AFP
O STF determinou que Bolsonaro passe a usar tornozeleira eletrônica para monitoramento contínuo
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Ele está proibido de sair de casa entre 19h e 7h, como medida de contenção e vigilância
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Bolsonaro não poderá acessar ou usar redes sociais, nem mesmo por meio de terceiros
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Está proibido de se comunicar com outros réus ou investigados, inclusive o filho Eduardo Bolsonaro
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Jair Bolsonaro não pode se comunicar com diplomatas, embaixadores ou representantes estrangeiros
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Está vetado seu acesso físico a embaixadas, especialmente a dos Estados Unidos
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Ele não poderá deixar o país sem autorização prévia do Supremo Tribunal Federal
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Endereços ligados ao Partido Liberal foram alvo de busca e apreensão na mesma operação
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O advogado Fabio Wajngarten disse que a defesa recebeu as medidas com surpresa e vai se manifestar após acesso ao processo
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O Partido Liberal classificou a operação como desproporcional e questionou sua justificativa
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O deputado Rogério Correia (PT-MG) solicitou a prisão preventiva e a tornozeleira, citando risco de fuga
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A Corte atendeu parcialmente, impondo restrições, mas sem decretar prisão até o momento
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As medidas representam o avanço das investigações e aumentam o cerco judicial sobre o ex-presidente
Edilson Rodrigues/Agência Senado
As medidas fazem parte de uma investigação que tramita sob sigilo no STF. Durante a operação, a PF também encontrou cerca de 14 mil dólares em espécie na casa do ex-presidente.