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Eduardo Bolsonaro diz que não disputará Planalto e pede "justiça"

Deputado licenciado permanece nos EUA e pode perder mandato por faltas; estratégia evita risco de inelegibilidade

A licença de Eduardo Bolsonaro terminou no último domingo (20/7), mas ele não retornou ao Brasil. O deputado não indicou planos de voltar ao país e deve começar a acumular faltas não justificadas na Câmara  -  (crédito: Platobr)
A licença de Eduardo Bolsonaro terminou no último domingo (20/7), mas ele não retornou ao Brasil. O deputado não indicou planos de voltar ao país e deve começar a acumular faltas não justificadas na Câmara - (crédito: Platobr)

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou, nesta segunda-feira (21/7), que não tem a intenção de disputar a Presidência da República nas eleições de 2026. “Não estou buscando ser presidente. Quero ver justiça”, escreveu em publicação no X (antigo Twitter). A declaração ocorre enquanto ele segue nos Estados Unidos, mesmo após o fim de sua licença parlamentar.

Eduardo tem defendido que o Congresso Nacional aprove uma “anistia ampla, geral e irrestrita” como única alternativa para reverter a sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros. “A bola está com vocês aí no Congresso agora. Basta votar a anistia e vocês serão os protagonistas da retirada da tarifa”, escreveu o parlamentar.

A sobretaxa foi anunciada pelo presidente dos Estados Unidos em carta enviada ao Congresso norte-americano, onde Trump condiciona a suspensão das barreiras comerciais ao fim do julgamento de Jair Bolsonaro. “Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma caça às bruxas que deve terminar IMEDIATAMENTE!”, declarou o republicano.

Apesar de negar intenção de concorrer ao Planalto, Eduardo é um dos nomes cotados dentro do PL para a sucessão do pai, Jair Bolsonaro, que está inelegível até 2030 por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. No dia 16 de junho, o próprio Eduardo disse que poderia aceitar ser candidato caso tivesse o aval do ex-presidente.

A licença de Eduardo Bolsonaro terminou no último domingo (20), mas ele não retornou ao Brasil. O deputado não indicou planos de voltar ao país e deve começar a acumular faltas não justificadas na Câmara dos Deputados. Caso atinja o limite legal, pode perder o mandato por decisão da Mesa Diretora.

A escolha por não renunciar, no entanto, é estratégica: se for cassado por faltas, Eduardo permanece elegível para futuras eleições. Já a renúncia ao mandato poderia torná-lo inelegível até 2035, a depender da interpretação da Justiça Eleitoral.

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*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

 

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postado em 21/07/2025 17:50 / atualizado em 21/07/2025 18:15
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