Depoimento

General nega reunião golpista com Bolsonaro e diz que ex-presidente apenas "desabafou"

A denúncia da PGR aponta que o general da reserva Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira participou de encontro com o então chefe do Planalto para discutir a elaboração de uma "carta do golpe" a ser enviada aos comandantes das Forças Armadas

Segundo o general da reserva do Exército Estevam Theophilo, o então comandante Freire Gomes o enviou ao Alvorada com a missão de acalmar e tranquilizar Bolsonaro, pois
Segundo o general da reserva do Exército Estevam Theophilo, o então comandante Freire Gomes o enviou ao Alvorada com a missão de acalmar e tranquilizar Bolsonaro, pois "ele estava deprimido" - (crédito: Divulgação)

O general da reserva Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, réu no julgamento que investiga a tentativa de golpe de Estado, negou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (28/7) que a reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em dezembro de 2022 tenha servido para discutir qualquer medida antidemocrática. Segundo o militar, o encontro foi apenas para que Bolsonaro pudesse “desabafar” e “desopilar”.

De acordo com a Polícia Federal (PF), o general integra o grupo acusado de planejar ações de “monitoramento e neutralização” de autoridades. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que, no dia 9 de dezembro de 202,2 os participantes do encontro teriam discutido a elaboração de uma carta a ser enviada aos comandantes das Forças Armadas com teor golpista. Theophilo, no entanto, negou qualquer envolvimento nesse tipo de articulação.

No depoimento, Theophilo disse que foi até o Palácio da Alvorada neste dia a pedido do comandante do Exército, e que recebeu mensagens de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, dizendo que o então presidente “queria conversar”.

Ainda de acordo com o depoente, o general Freire Gomes o enviou ao Alvorada com a missão de acalmar e tranquilizar Bolsonaro, pois "ele estava deprimido”.

“Ele mandou eu ir lá no lugar dele para fazer esse papel. Ele [Bolsonaro] reclamou, problema que houve no processo eleitoral, reclamou até algumas coisas dele próprio, ele achava que podia ter agido diferente, que poderia ter minorado a sua veemência em algumas coisas e foi isso, (...) praticamente um monólogo”, concluiu.

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postado em 28/07/2025 17:59 / atualizado em 28/07/2025 20:52
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